Reflexão sobre a história e planos para o futuro marcam primeiro dia do Fórum RNP 2022

- 30/08/2022

A transformação da internet ao longo de três décadas, as perspectivas para o uso das tecnologias no ensino superior e os 25 anos do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) foram alguns temas que marcaram o primeiro dia do Fórum RNP 2022

Na palestra de abertura, o diretor-geral, Nelson Simões, falou do papel pioneiro da RNP no desenvolvimento da internet no Brasil, lembrando os desafios para a implantação do primeiro backbone, em 1992. “É uma característica da RNP aproveitar contingências e fazer avançar na visão de futuro. Algo que era valioso para a educação e pesquisa se tornou visível e valioso para a sociedade”, afirmou Nelson Simões.

De olho no futuro, Simões compartilhou as diretrizes para o decênio 2021-2030, entre elas o apoio ao processo de transformação digital na administração pública, na educação e na pesquisa. “Esses últimos 30 anos demonstram uma forma de trabalhar, um valor no trabalho. Temos que manter essa curiosidade e reforçar esses valores que conseguimos construir nos últimos anos”, destacou.

Assista a íntegra da palestra de Nelson Simões aqui

Ensino superior mediado por tecnologias

Com moderação do diretor de Pessoas, Administração e Finanças da RNP, José Luiz Ribeiro Filho, os reitores Joana Angélica Guimarães da Luz, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Antonio José de Almeida Meirelles, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Sônia Regina de Souza Fernandes, do Instituto Federal Catarinense (IFC), analisaram a transformação digital dentro da perspectiva pedagógica das universidades. Eles trataram do fenômeno do aluno “nômade digital”, que ganhou força com a pandemia da Covid-19.

Apesar dos desafios para a ampliação do uso de equipamentos tecnológicos, a reitora Joana Angélica destacou pontos positivos, como a superação de barreiras geográficas. “O uso das tecnologias auxilia as pessoas que estão em vulnerabilidade socioeconômica, para que tenham oportunidade de acessar as universidades e os cursos de diversos níveis em nossas instituições”, disse a reitora da UFSB.

Na visão de Sônia Regina, do IFC, a crise sanitária antecipou uma cultura digital que, no contexto da rede federal de ensino, ainda caminhava lentamente. “Considerando que cerca de 70% dos alunos têm renda per capita de até um salário mínimo e meio, isso nos mobilizou em busca de determinadas condições, junto ao MEC, para que os estudantes pudessem ter os aparelhos ou boa rede para as aulas”, complementou a reitora do IFC.

Já Antonio José ponderou que é necessário refletir sobre como combinar presencialidade e tecnologia. “Na cultura da Unicamp, o presencial tem muita importância. A formação dos estudantes fora da sala de aula, por exemplo, é essencial, e as tecnologias ainda não conseguem mimetizar essa interação. Temos sido muito cautelosos tanto com o trabalho quanto com o ensino remoto”, destacou o reitor.

A conversa entre os reitores está disponível aqui.
 

Funcionário edita vídeo no 1° dia do Fórum RNP

 

Um quarto de século do CAIS

O último painel do dia traçou um panorama da atuação do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança da RNP (CAIS) ao longo de seus 25 anos. Participaram do encontro Adaílton Silva, que atuou na criação do centro de atendimento em 1997; Liliana Solha, ex-gerente do CAIS e atual gerente de Projetos Especiais em Segurança da Informação da RNP; Emílio Nakamura, diretor-adjunto de cibersegurança da RNP; e Rildo Souza, analista de Segurança da Informação do CAIS.

Adaílton Silva contou que a fundação do CAIS foi motivada por uma necessidade de a RNP acompanhar o desenvolvimento das demais redes acadêmicas mundiais. Além disso, com o início da internet comercial, em 1995, começaram a surgir incidentes de segurança. “Em meados de 1996, Carlos Campana e eu, com consultoria de Gorgônio Araújo e Danton Nunes, iniciamos o projeto”, relatou ele.

Liliana Solha lembrou os primeiros incidentes de segurança nos quais o CAIS atuou, como um ataque sofrido pelo site da Nasa. Ela comparou o modus operandi da época ao de um corpo de bombeiros. “Já na primeira semana, tivemos um susto com um incidente dessa envergadura. Não se tinham todas as conexões para chegar às pessoas envolvidas no incidente de segurança”, contou ela. Pouco tempo depois, o CAIS passaria a investir em formação e treinamento. 

Emílio Nakamura falou sobre a perspectiva atual da segurança cibernética. “Vivemos um contexto em que a questão tecnológica está cada vez mais em sinergia com o lado digital e também humano. É a chegada de novas tecnologias que traz complexidade para o ambiente”, concluiu o diretor-adjunto de Cibersegurança da RNP.

Profissionais que passaram pelo time do CAIS ao longo dessa história foram convidados a fazer participações especiais no painel. Eduardo Grizendi, Emilio Lau, Frederico Costa, Ivo Peixinho e Ítalo Valcy trouxeram um pouco de sua experiência em um dos primeiros CSIRTs (Computer Security Incident Response Teams) do Brasil.

Confira aqui a íntegra do painel comemorativo pelos 25 anos do CAIS.