Desafios do vídeo digital são o destaque do CineGrid 2014

- 03/09/2014

A RNP participou da programação do Cinegrid 2014, realizado nos dias 28 e 29 de agosto na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). No evento, que discutiu o que há de mais recente em aplicações de vídeo digital, o fundador do CineGrid e presidente da Pacific Interface, Laurin Herr, defendeu a busca pela melhor resolução para atender os avanços científicos na área. “Para a ciência, ter mais resolução significa ver mais detalhes em imagens maiores, o que contribui para uma série de experimentos que desafiam a percepção humana”, afirmou.

Laurin Herr traçou um panorama sobre o futuro do vídeo enquanto mídia de alta complexidade e lembrou que, além de ciberestrutura, também é preciso investir no melhor uso de energia elétrica. “O uso de vídeo em dispositivos móveis está crescendo aceleradamente e é a forma menos eficiente de distribuição energética, uma vez que os data centers consomem muita energia”, alertou. Ele ainda ressaltou a importância da preservação digital. “Se a sociedade não consegue preservar seu conteúdo audiovisual para as gerações futuras, nós perdemos o fundamento do que nós chamamos de civilização”.

Transmissão de imagens em 8K

Na sessão dedicada à tecnologia Super Hi-Vision ou 8K, a diretora de Engenharia de Transmissão da TV Globo, Liliana Nakonechnyj, relatou a experiência de transmissão de imagens em 8K do Brasil para o Japão, durante a Copa do Mundo de 2014. “Além de pixels melhores, com mais gama de cor e profundidade, é importante elevar o número de frames por segundo, pois, na imagem maior, é mais fácil ver o rastro quando há movimento”, explicou, ressaltando a importância da qualidade do áudio para a experiência do usuário. “As pessoas querem, cada vez mais, se sentir participando do evento ao qual estão assistindo, querem se sentir envolvidas”.

O gerente de Comunidades e Aplicações Avançadas da RNP, Leandro Ciuffo, mostrou como a RNP, através de sua infraestrutura de redes, como a rede metropolitana do Rio e dos links internacionais, viabilizou a transmissão dos jogos ao vivo para o Japão. Ele ainda destacou o papel da RNP em prospecção tecnológica em aplicações em vídeo. “Queremos prospectar aplicações de diversas comunidades culturais e científicas com demandas diferenciadas no uso da rede, e que não podem ser atendidas por provedores comerciais”.

Com essa finalidade, foi realizada, durante o CineGrid, a reunião inaugural do Comitê de Videocolaboração, com a coordenação do professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Guido Lemos, fundador do Laboratório de Vídeo Digital (LAViD). A iniciativa tem como objetivo identificar o “estado da arte” em vídeo digital e gerar um documento de visão de futuro para orientar o investimento em novos projetos da área.

Conexões internacionais

Na sessão dedicada à infraestrutura de redes, o diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da RNP, Michael Stanton, apresentou a infraestrutura de comunicação atual e prevista da RNP para sustentar a colaboração em ciência e aplicações em vídeo UHD (4K e 8K).

Michael ressaltou que, além das quatro conexões entre o Brasil e os Estados Unidos, de 10 Gb/s, está previsto para 2015 um link de 100 Gb/s que atenderá a América do Sul. Até 2016, outros links internacionais estão sendo estudados para interligar o Brasil à Europa, entre Fortaleza e Lisboa, e também à África, chegando até Luanda, em Angola. “É preciso definir uma arquitetura de alta capacidade inter-regional para se chegar à melhor forma de conectividade global, ou seja, para que haja no futuro uma rede que interligue todos os continentes”, declarou Michael Stanton.