Computação em nuvem na academia

- 03/09/2014

“A nuvem veio para facilitar o gerenciamento. O que se enquadra? Qualquer coisa que possa ser virtualizada”, simplificou o coordenador de Redes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Carlos Coletti, na manhã do segundo dia do Fórum RNP 2014.

Ele explicou que a nuvem precisa de alta disponibilidade de rede e redundância, destacando a mobilidade crescente nos campi. “Hoje, 35% do tráfego é de rede sem fio, ou seja, usado por dispositivos móveis. Os usuários querem acessar a rede a qualquer hora, de qualquer lugar, com um dispositivo próprio. Não querem mais ir ao laboratório”, relatou.

Ao mostrar a realidade da Unesp – presente em 24 cidades do Estado de São Paulo, com 34 faculdades, cursos de graduação, pós e extensão e mais de 15 mil alunos –, disse que “cada vez mais, as pessoas precisam de mais processamento e espaço em disco”. Para ele, um dos desafios é possuir uma equipe técnica, multidisciplinar. Por isso, é necessário envolver recursos humanos e promover a atualização profissional”, defendeu.

No mesmo painel, o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Hermes Senger, contou que o projeto de nuvem da instituição começou “pensando em como modernizar a infraestrutura de ensino e pesquisa, para fazermos mais e melhor nossos objetivos finais”.

Ele ressaltou que “a cloud da UFSCar atende a dois públicos diferenciados: o administrativo e o de pesquisa”. Como vantagens, citou a economia de escala, a possibilidade de manutenção de uma grande estrutura atualizada e operante e o compartilhamento de recursos.

Senger disse que o Massachusetts Green High Performance Computing Center (MGHPCC) é um bom exemplo de gestão compartilhada em nuvem e ratificou a importância de definir um modelo de governança. “Pensamos em criar um comitê gestor da cloud, com a presença da comunidade e da TI, para definir os usos da nuvem”, detalhou.

RNP na nuvem

Na sequência, o diretor de Serviços e Soluções da RNP, José Luiz Ribeiro Filho, falou sobre o status e as perspectivas da implantação da nuvem acadêmica brasileira. “A nuvem acadêmica pretende cobrir a infraestrutura, os serviços e a pesquisa e desenvolvimento de nuvem, para a melhoria da própria tecnologia”, anunciou.

“O projeto começou em 2012, com o diagnóstico, o planejamento e a parceria com a Huawei. Em 2013, teve início o piloto e as tratativas técnicas, com algumas aplicações saindo do forno, dos GTs (Grupos de Trabalho). Este ano, começamos a operação assistida. Nós, a RNP e as instituições abrigo, INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e IFPE (Instituto Federal de Pernambuco), estamos trabalhando junto à Huawei definindo processos e serviços. Já estamos com provas de conceito, resultados dos GTs, para começarmos a colocar serviços nas definições. Em 2015, vamos discutir o modelo de expansão, novos serviços e, se o modelo de broker funcionar, a sua ampliação”, delineou.