Silvio Meira: ‘Metaverso ainda não existe e estamos longe dele’

A evolução da tecnologia gera novas experiências. Foi assim com a migração das fitas cassetes para os CDs; com a chegada dos conteúdos on-demand; e com o metaverso, que ainda não existe, mas promete unir, em uma mesma dimensão, as realidades virtuais e físicas. Assunto em voga atualmente, o tema foi debatido no painel “Rumo ao Metaverso: Definições e Oportunidades”, no primeiro dia do 23º Workshop RNP

O encontro foi conduzido por Felipe Nascimento, analista de inovação e líder do Grupo de Estudos sobre o Metaverso da RNP, e contou com palestras de Silvio Meira, cientista-chefe da TDS.company e professor extraordinário da CESAR.school; Thiago Savoldi, gerente de Crescimento, Inovação e Estratégia de Negócios na Restoque S/A; e Esteban Clua, coordenador geral do UFF Medialab.

Para Meira, “o metaverso ainda não existe e estamos longe dele”. Em sua definição, o metaverso será “figital”, ou seja, uma combinação do mundo físico, digital e social. “Existem três eixos: o de impressão do usuário, onde se vai do concreto ao abstrato; uma dimensão de conhecimento de mundo; e o da coerência entre o espaço real e o virtual. A combinação dessas três dimensões gera, simultaneamente, uma ilusão de lugar, se expressa em sua maior capacidade, combinada à consciência de mundo e à ilusão de plausibilidade desse mundo virtual onde estaríamos”, afirmou.

Na visão de Esteban Clua, o metaverso vai acontecer. Ele baseou sua visão em três premissas: a forma de interação com o mundo digital progride e é revolucionada de tempos em tempos; as pessoas já estão familiarizadas com expressões do metaverso, através de jogos digitais e simuladores; e os metaversos são necessários. Um dos exemplos da utilidade dos metaversos para a sociedade, citado por Clua, é a modernização dos periscópios – instrumentos óticos usados em submarinos para observar o mundo externo – com o uso de capacetes de realidade virtual.

“Os metaversos são coisas que já conhecemos e com que lidamos, mas, neste momento, estamos tentando juntá-las, integrá-las. De fato, ainda não existe. O que vejo para o futuro é o desafio de criar uma integração para todo o cenário de mundos digitais. Por exemplo, ter uma ferramenta que seja capaz de nos colocar em um ambiente de um único metaverso em que se pode interagir com vários cenários”, disse.

Thiago Savoldi entende que a realidade aumentada não é simplesmente um filtro, como muitas vezes imaginado, mas uma maneira de criar mundos e incluir elementos em um espaço já existente. Ele falou sobre o uso do metaverso em jogos virtuais e da adesão das grandes marcas, para ativações de marketing, e de artistas, para a ampliação do entretenimento.

“Se falamos de metaversos, interações virtuais ou realidade aumentada, pensamos em um conjunto de tecnologias que vêm para proporcionar novas e melhores experiências. Hoje, já temos hábitos e comportamentos digitais em qualidade e oferta muito maiores do que tínhamos há 10 anos. Então, essa tecnologia evolui para que tenhamos melhores experiências dentro de hábitos e comportamentos que já existem”, disse Savoldi.

Painel sobre chip neutro encerrou primeiro dia do WRNP 2022

A sessão “Chip Neutro e suas Oportunidades”, mediada pelo diretor editorial da Teletime News, Samuel Possebon, teve como convidados Antônio Carlos Nunes, diretor de serviços e soluções da RNP; o professor Aldebaro Klautau, da Universidade Federal do Pará (UFPA); Pedro Lucas da Cruz Pereira Araújo, diretor de investimento e inovação no Ministério das Comunicações (MCOM); e Vitor Menezes, diretor de relações internacionais da Ligga Telecom. O debate tratou dos impactos e possibilidades oferecidos por esta nova tecnologia para a educação e pesquisa.

Nunes falou sobre o Programa Internet Brasil, desenvolvido pela RNP, que objetiva promover o acesso gratuito de internet móvel para alunos matriculados na educação básica. “A grande questão desta proposta é o uso do chip neutro, o eSIM card. O chip possibilita trocar a operadora usando o mesmo cartão SIM, dependendo das condições de cobertura do local onde o aluno se encontra. Isso pode ser feito com o mesmo chip, a partir da troca remota”, explicou Antônio Carlos Nunes