Documento oferece diretrizes para padronizar sistemas acadêmicos e repositórios digitais, consolidando o ecossistema de dados da pós-graduação brasileira.
No dia 16 de outubro, aconteceu em Brasília a cerimônia de lançamento do Guia de Interoperabilidade da Pós-Graduação, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC). O documento tem o objetivo de apoiar bibliotecários, profissionais de Tecnologia da Informação e coordenadores de programas na organização, padronização e integração de dados entre os sistemas institucionais e a Plataforma Sucupira, a principal plataforma de dados da pós-graduação brasileira.
O analista de negócios da RNP, Robson Almeida, esteve presente na mesa de abertura do evento, junto ao diretor de Avaliação da Coordenação, Antônio Gomes de Souza Filho, e ao diretor de Programas da Secretaria de Gestão da Informação, Inovação e Avaliação de Políticas Econômicas do MEC, Daniel Castro.
“Representar a RNP no lançamento foi uma honra e uma oportunidade de reafirmar o nosso papel como parceira estratégica da CAPES na construção de soluções digitais que fortalecem o Sistema Nacional de Pós-Graduação. Para mim, a interoperabilidade de dados é mais do que um desafio técnico: trata-se de uma ação coletiva que envolve confiança, cooperação e padronização entre as instituições que compõem o ecossistema da Pós-Graduação”, afirma Robson.
O guia de interoperabilidade foi desenvolvido com o auxílio da equipe da Rede de Integração da Comunidade Acadêmico-científica da Pós-graduação (RICA PG). Nele constam orientações práticas, modelos e protocolos técnicos que permitem às Instituições de Ensino Superior alinhar seus sistemas acadêmicos e repositórios digitais à Plataforma Sucupira, o que facilita o compartilhamento automatizado de dados sobre programas, docentes, discentes, projetos e produção científica.
A RICA PG é uma rede de integração coordenada atualmente pela professora Silvana Vidotti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), composta por especialistas em Ciência da Informação de diferentes universidades brasileiras, cuja atuação é essencial em cada etapa do projeto. A iniciativa é viabilizada pela RNP, em cooperação com a CAPES, e tem sido fundamental para promover o diálogo entre a comunidade acadêmica, as Instituições de Ensino Superior (IES) e os órgãos de fomento. Trata-se de um trabalho colaborativo e interdisciplinar, decisivo para consolidar uma gestão mais inteligente dos dados e ampliar a visibilidade e a confiabilidade da produção científica brasileira.
Nesse processo, destaca-se também a participação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e o engajamento dos profissionais da informação da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD), que atuam na disseminação e capacitação sobre interoperabilidade, sendo multiplicadores da cultura da ciência aberta e da importância do preenchimento correto de metadados.
Troca de informações entre sistemas e repositórios reduz retrabalho e fortalece gestão acadêmica
No contexto da pós-graduação brasileira, a interoperabilidade de dados significa permitir que diferentes sistemas, de uma instituição ou entre instituições, troquem informações de maneira compreensível e segura. Isso envolve, por exemplo, registros de pós-graduandos e professores, disciplinas, projetos de pesquisa e produção intelectual.
Essa integração gera ganhos diretos de eficiência para as instituições, ao reduzir o retrabalho e os erros de preenchimento manual, o que facilita o trabalho dos coordenadores de programas de pós-graduação e garante maior consistência e qualidade dos dados.
A coordenadora geral de Processos de Suporte à Avaliação da CAPES, Talita Oliveira, destaca que o foco principal no momento está nas diretrizes para o registro e a troca de dados de teses e dissertações por meio dos repositórios institucionais, em articulação com a Rede Brasileira de Repositórios Digitais.
“Temos dialogado diretamente com as bibliotecas universitárias para compreender suas realidades operacionais e, assim, construir padrões técnicos alinhados à prática. Os repositórios institucionais representam fontes ouro de informação para a pós-graduação. A partir dessa expertise das IES, será possível estruturar a integração também de outros tipos de produção intelectual (livros, artigos, produtos técnicos, entre outros), facilitando a alimentação da Plataforma Sucupira de forma padronizada e eficiente”, afirma.
Foto: Guilherme Pera – CGCOM/CAPES