Primeiro dia de WRNP encerra com debate sobre IA e o futuro da tecnologia

maio 19, 2025
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Encerrando o primeiro dia do 26º WRNP, o diretor-geral da RNP, Lisandro Granville, mediou um debate sobre inteligência artificial, que abordou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), regulação e o futuro da tecnologia. O painel reuniu representantes do governo, da academia e do setor produtivo, ressaltando a vocação do evento de unir diferentes atores para ampliar as discussões.

“Esse é talvez um dos paineis mais esperados do WRNP, por se tratar de um tema muito importante e crítico”, anunciou Granville na abertura.

Eliana Emediato, coordenadora-geral de Serviços Tecnológicos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação falou sobre o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado em 2024. Ela explicou como está o andamento da iniciativa, que visa impulsionar a pesquisa, desenvolvimento e aplicação dessa tecnologia no país.

“O governo possui um comitê de transformação digital, que criará um grupo de trabalho para começar o processo de governança do plano. A grande maioria dos recursos do PBIA virá do FNDCT. E no dia 28 de maio, vamos ter uma reunião do Conselho Diretor do Fundo onde serão discutidos os valores para 2025 e como será a distribuição desses recursos para o PBIA ao longo dos cinco anos”.

Teresa Ludemir, professora do Centro de Informática (CIN) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), falou sobre a regulamentação da tecnologia no país e os principais desafios. “Já temos a Lei Geral de Proteção de Dados, que de alguma forma pode ajudar em relação à IA, e temos algo que pode ajudar no uso da IA como um todo. Então se você vai ter uma IA que vai comprometer a vida de um humano ou do meio-ambiente, esse tipo de IA não pode trabalhar sozinha. Precisa ter uma intervenção humana. E nesse ponto, a Legislação que começou no Senado tem uma parte muito inspirada na Legislação europeia”, afirmou.

Especialista em inteligência artificial e fundador da startup Maritaca AI, empresa responsável por um modelo de inteligência artificial adaptado à realidade brasileira, Rodrigo Nogueira falou sobre o futuro dessa tecnologia. “Hoje vemos as IAs como sistemas que cometem erros, especialmente os chatbots, que ainda são pouco confiáveis. Mas elas estão evoluindo rapidamente. Vai chegar um ponto em que farão o trabalho melhor que nossos melhores profissionais. E aí, o desafio não será a IA decidir sozinha, mas o ser humano passar a confiar tanto que deixará de verificar os resultados de forma crítica”, disse.

Futuro das redes no país

O primeiro dia do WRNP também destacou projetos que podem moldar o futuro da conectividade no país. Um dos paineis do Palco Inova apresentou os avanços do projeto OpenRAN@Brasil, iniciativa que promove uma nova geração de redes móveis com base na tecnologia Open RAN. O modelo rompe com o padrão tradicional — no qual todos os componentes da rede pertencem a um único fabricante — e permite que diferentes fornecedores atuem de forma integrada. A apresentação mostrou o progresso da terceira

fase do programa, que está expandindo seu ambiente de testes para todas as regiões do país.

Outro destaque foi o Projeto Brasil 6G, que prepara o país para a próxima geração de internet móvel. Prevista para entrar em operação nos próximos anos, a tecnologia 6G promete velocidades ainda maiores do que o atual 5G e uma transformação no uso de serviços digitais.