Na tarde do dia 4/11, cerca de 300 representantes de universidades, institutos federais e demais organizações que compõem o Sistema RNP participaram da sessão inaugural do SIG-PPSI@RNP — o mais novo Grupo de Interesse Especial articulado pela RNP, em parceria com a Secretaria de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (SGD/MGI). O encontro online abriu oficialmente um ciclo de colaboração voltado ao fortalecimento da maturidade institucional em segurança e privacidade da informação, apoiando as instituições no atendimento às demandas regulatórias, em especial às diretrizes do Programa de Privacidade e Segurança da Informação (PPSI).
O grupo nasce inspirado no sucesso do SIG-LGPD@RNP, responsável por apoiar centenas de instituições no processo de conformidade à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Agora, com foco na implementação do PPSI, a nova iniciativa amplia o escopo, mirando diretamente na construção de resiliência, governança e cultura organizacional — e não apenas em medidas técnicas.
Liderança como ponto de partida
A abertura do encontro ficou a cargo do diretor-geral da RNP, Lisandro Granville, que destacou o momento decisivo que o ecossistema vive:
“A presença de todos vocês é um sinal concreto do compromisso com um tema que se tornou inadiável: a segurança e a privacidade da informação. A transformação digital deixou de ser uma promessa: ela já é o dia a dia de nossas instituições.”
Ao refletir sobre o papel da alta gestão no tema, Lisandro foi direto:
“Tecnologias são essenciais, mas não suficientes. Segurança e privacidade também dependem de liderança, de governança e de cultura organizacional. São os dirigentes que definem prioridades, alocam recursos e dão autonomia para o trabalho técnico acontecer.”
Para ele, o SIG se consolida como um espaço permanente de cooperação, capaz de integrar a estratégia nacional, a infraestrutura compartilhada e a ação concreta nas instituições. “É uma oportunidade de construirmos, em parceria, um caminho sustentável para o avanço da maturidade em segurança e privacidade”, concluiu.
Momento estratégico para o país
Em seguida, o diretor-adjunto de Cibersegurança da RNP, Emílio Nakamura, reforçou que o Brasil vive uma fase crucial na consolidação de políticas de segurança digital. Ele lembrou a publicação recente da Política Nacional de Cibersegurança, a atuação do Comitê Nacional de Cibersegurança e os debates em curso sobre um marco legal específico para o tema.
“É um momento em que o país avança. E o PPSI é uma peça importante dessa transformação — não apenas para proteger ambientes digitais, mas para viabilizar inovação. As alianças estratégicas fazem diferença real para reduzir riscos”, afirmou.
Nakamura também destacou os mecanismos de apoio que a área de Inteligência em Cibsersegurança da RNP, o CAIS, oferece ao Sistema, como o programa Hackers do Bem e os SOCs (Centros de Operações de Segurança) regionais, que operam em modelo 24×7 para identificar incidentes e ampliar a capacidade de resposta das instituições:
“O SOC não só monitora: ele protege. E quando uma instituição adere, melhora seus níveis de conformidade com o PPSI, com a LGPD e com os normativos de controle. É uma elevação concreta de maturidade.”
PPSI 2.0: continuidade com evolução
Convidado seguinte, Leonardo Ferreira, diretor de Privacidade e Segurança da Informação da SGD/MGI, destacou a publicação recente da Portaria 9.511/2025, que institui o PPSI 2.0, com vigência a partir de janeiro de 2026.
“Não é um novo programa. É continuidade. É evolução. Não há ruptura, mas aprimoramento — para permitir que as organizações avancem de forma gradual, consistente e coordenada.”
Ao apresentar o panorama nacional, Leonardo lembrou que o governo federal oferece,hoje, mais de 4.800 serviços digitais, alcançando 170 milhões de usuários na plataforma Gov.br:
“Estamos entre as nações mais avançadas em governo digital. Mas quanto maior a digitalização, maior a superfície de ataque. A resiliência passa a ser uma necessidade estratégica, não apenas técnica.”
Segundo Leonardo, o PPSI 2.0 se estrutura sobre dois pilares:
- aumento contínuo da maturidade institucional;
- fortalecimento da resiliência frente a incidentes.
“Esse SIG nos permitirá discutir, construir e alinhar caminhos. As instituições não precisam evoluir sozinhas. A cooperação é o que amplia o impacto”, ressaltou.
Um ciclo que começa agora
Embora a sessão inaugural tenha sido direcionada à alta gestão — reitores, diretores-gerais, pró-reitores e superintendentes — a participação de equipes técnicas foi incentivada, reforçando que a maturidade em segurança e privacidade depende da integração entre o estratégico, o tático e o operacional.
Com o SIG-PPSI, RNP e SGD inauguram um processo contínuo de cooperação com encontros regulares, apoio metodológico, troca de experiências e construção conjunta de soluções.
No encerramento, ficou um consenso claro entre os participantes: a proteção de dados, de pesquisas, de serviços digitais e, principalmente, das pessoas que confiam nas instituições, é hoje um valor estratégico — e coletivo.
Confira a gravação da sessão inaugural por AQUI!
