Representantes da RNP marcaram presença no terceiro Encontro da Rede Brasileira de Repositórios Digitais, realizado nos dias 3 e 4 de julho. O evento, sediado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), destacou a missão da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) em descentralizar, ampliar e otimizar a disseminação de boas práticas na gestão de repositórios, garantindo o acesso aberto à produção científica e dados de pesquisa.
O encontro apresentou a evolução da rede, originalmente focada em publicações científicas, para incluir também repositórios de dados de pesquisa, e a importância da colaboração e articulação nacional para a promoção da ciência aberta. Além disso, abordou os desafios na implementação de políticas de ciência aberta, a necessidade de infraestrutura tecnológica robusta, e a fundamental atuação dos bibliotecários e profissionais de informação nesse ecossistema, especialmente na garantia da qualidade e interoperabilidade dos dados e no suporte aos pesquisadores.
Na mesa de abertura, o diretor-adjunto de Serviços para Experimentação e e-Ciência da RNP, Leandro Ciuffo, ressaltou a crescente aproximação da RNP com a comunidade das bibliotecas, intensificada com a inclusão dos repositórios de dados de pesquisa em seu escopo.
O diretor enfatizou que a RNP, que atualmente conecta mais de 800 organizações de ensino e pesquisa, totalizando mais de 1200 campi conectados, possui forte interação com os gestores de TI, auxiliando-os a prover serviços digitais, conectividade e infraestrutura para alunos e pesquisadores.
Ciuffo também destacou que as bibliotecas passam por uma transformação digital, se tornando cada vez mais “hubs de serviços” essenciais para pesquisadores, especialmente na preservação de dados. “A RNP está atenta às demandas da comunidade, buscando nas bibliotecas um apoio fundamental para melhor servir aos pesquisadores no que tange a dados e compartilhamento de informação”.
Trajetória da RNP na ciência aberta e apoio ao pesquisador na gestão de dados
À tarde, na apresentação “Infraestrutura nacional para repositórios de dados de pesquisa”, a coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da RNP, Carolina Felicíssimo, detalhou a trajetória da RNP na ciência aberta, que começou em 2017 ao identificar a necessidade de engajamento no tema após a ascensão do “Open Data” e “Open Science” internacionalmente. Ela explicou que o foco da RNP é apoiar o pesquisador na geração e gestão de dados, garantindo a soberania nacional e a adesão aos princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable) para o compartilhamento.
Carolina lembrou a integração da RNP à Rede Brasileira de Repositórios Digitais, com a criação do Núcleo de Dados de Pesquisa em 2023, um grupo de trabalho com governança compartilhada entre o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), RNP e coordenadorias regionais. Este núcleo fomenta bolsistas para alavancar a quantidade e a qualidade dos repositórios de dados de pesquisa, capacitando “formando os formadores”.
“A RNP reconhece que as bibliotecas precisarão ir além das publicações, auxiliando os pesquisadores no entendimento de seus respectivos workflows científicos para compartilhamento de dados com devidas licenças, descritores e organização da informação”, explicou a coordenadora. É esperado que essa atuação também contribua para uma ampliação no uso de identificadores persistentes, fundamentais para a soberania nacional dos dados.
Complementando as falas, diretor adjunto de Serviços da RNP, Luís Eduardo Coelho, apresentou a infraestrutura tecnológica dedicada que a RNP oferece para impulsionar a ciência aberta e o manuseio de dados de pesquisa no Brasil.
Assista à gravação do evento na íntegra: