RNP participa de projeto inédito para unir ciência e saberes tradicionais na gestão da biodiversidade brasileira

agosto 25, 2025
Home 9 Noticias 9 RNP participa de projeto inédito para unir ciência e saberes tradicionais na gestão da biodiversidade brasileira

Foto: Rodrigo Cabral – ASCOM MCTI

A RNP é parceira estratégica no Projeto Entre Ciências – Territórios de Saber em Diálogo, lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no dia 20/8. A iniciativa tem como objetivo integrar conhecimentos científicos e tradicionais de povos indígenas, quilombolas e comunidades locais, promovendo uma nova forma de pesquisa intercultural voltada à gestão da biodiversidade no Brasil.

Com duração de cinco anos e orçamento global de US$ 7 milhões. , o projeto é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), implementado pelo PNUMA e executado pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB/USP), em parceria com órgãos como o MMA, MPI, ICMBio e Funai.

A iniciativa está organizada em quatro componentes: 

1.    Construção de bases: consultas comunitárias, programa de formação, bolsas de arranjos interscientíficos e protocolos de pesquisa; 

2.    Apoio às pesquisas nos territórios: oficinas, intercâmbios e recursos diretos para atividades locais; 

3.    Gestão de dados e conhecimentos: fortalecimento da soberania e governança dos dados pelas comunidades, com diretrizes sobre dados sensíveis, protegidos e compartilhados; 

4.    Governança e monitoramento: comitê gestor, avaliação externa e acompanhamento técnico. 

Papel da RNP

A RNP será responsável pelo Componente 3 – Gestão do Conhecimento e TI, que prevê o desenvolvimento de ferramentas digitais e soluções tecnológicas voltadas para a coleta, integração e compartilhamento de dados de biodiversidade. Entre as principais entregas estão:

  • Aplicativos para registro de ocorrências de biodiversidade em territórios de povos indígenas e comunidades tradicionais;
  • Portais web dedicados a cada território participante, para fortalecer a autonomia das comunidades na gestão de seus dados;
  • Integração com o SiBBr (Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira), assegurando que as informações sejam acessíveis ao público e reconhecidas em escala nacional e internacional;
  • Criação de um banco de dados com acesso restrito, integrado ao SisGen/MMA, para monitoramento e rastreabilidade de espécies e compostos químicos em casos de exploração econômica.

Essa atuação reforça a missão da RNP de prover infraestruturas avançadas de dados, conectividade e serviços digitais que apoiem a ciência, a inovação e a soberania nacional.

“A experiência da RNP na gestão, desenvolvimento, integração e disponibilização de infraestruturas nacionais de dados, como o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) – atualmente com mais de 163 mil espécies registradas e 38 milhões de ocorrências –, assim como em processos de autenticação e autorização, com a federação de identidade para a comunidade acadêmica (CAFe), e sua capacidade de desenvolver novas ferramentas digitais e prover conectividade em áreas remotas, irão contribuir diretamente para o projeto. Mais do que uma base tecnológica, esta iniciativa representa uma plataforma de protagonismo. Ela garante que os Povos Indígenas e as Comunidades Tradicionais tenham reconhecimento e autoridade sobre seus conhecimentos, transformando-os em instrumentos de proteção legal, de valorização cultural e de soberania na gestão dos bens naturais de seus territórios”, destacou o diretor de Serviços e Soluções da RNP, Antônio Carlos Fernandes Nunes, que esteve presente na cerimônia de lançamento da iniciativa.

A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé, também participou do encontro e enfatizou a relevância do Entre Ciências, principalmente por seu caráter inovador e inclusivo.

“Tenho tido a oportunidade de vivenciar algo muito especial dentro da secretaria: sair das caixas em que a ciência costuma estar compartimentada e aprender com diferentes áreas do saber. Essa troca, esse diálogo constante entre conhecimentos, não tem preço. Estar no MCTI tem me feito ganhar anos de vida e reforça o quanto é gratificante ver nascer projetos como o Entre Ciências, que une ciência e saberes tradicionais de forma tão estratégica”, afirmou.

*Com informações da ASCOM MCTI