Iara Machado, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, destacou a importância da infraestrutura digital da organização
A diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP, Iara Machado, participou de painel sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) na educação e pesquisa, no qual explicou como a RNP conecta a comunidade acadêmica do Brasil e falou das contribuições dadas no avanço dessas novas tecnologias. As discussões ocorreram durante o segundo dia do seminário Inova IA 2025, realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (26/11).
O evento reuniu pesquisadores, gestores públicos, educadores e representantes de empresas para debater os impactos que a IA trará nas áreas de Educação e Ciência. Com moderação de John Forman, presidente do Conselho Técnico, Científico e de Inovação da Riosoft, o painel sobre a tecnologia em educação e pesquisa abordou quais as condições necessárias para se desenvolver projetos de IA pela comunidade acadêmica e por startups.

Entre alguns desses componentes citados no painel estão supercomputadores, centros de dados para o armazenamento de grandes volumes de informação e ampliação das conexões de rede, permitindo que pesquisadores de diferentes regiões tenham acesso à infraestrutura necessária sem precisar manter esses equipamentos localmente. Logo na abertura, Iara comentou algumas das principais iniciativas da RNP no avanço da IA para a comunidade acadêmica, como a criação de uma rede dedicada de alto desempenho.
“Essa rede de alto desempenho de IA que vamos montar terá enlaces de 100 a 200 Gbps dedicados e com menor latência entre diversos centros. E vamos lidar com uma questão da IA, que não adianta só ter processamento. É preciso que os dados estejam próximos. Então nossa rede irá levar essas informações para mais perto de onde está o processamento, com baixa latência”, detalhou.
Outra ação seria a construção de uma “nuvem de GPUs”, ou seja, equipamentos que poderiam ser acessados à distância por pesquisadores.
“A ideia é espalhar pelo backbone que já temos vários pontos com equipamentos como GPUs, armazenamentos e storage, conectados pela rede. A intenção seria atender a um conjunto de pesquisadores que ainda estão começando suas pesquisas. Assim, gruposque hoje não têm acesso a recursos de computação avançada poderão desenvolver projetos mais competitivos, chegando a todos os lugares”, disse a diretora da RNP.
O painel contou ainda com a participação de Cristina Shimoda, coordenadora-geral de Transformação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que falou sobre o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Ela citou como pontos principais a infraestrutura, modelos adequados à realidade brasileira, capacitação de pessoal e o protagonismo do Brasil no tema.
“Temos a intenção de adquirir um computador que estará entre o TOP 5 no mundo. Um equipamento que consiga atender às demandas de pesquisa no país. Queremos ainda ter alguns núcleos de supercomputador em todas as regiões do Brasil e disponibilizar essa infraestrutura para todos os pesquisadores. A RNP é uma grande parceira nossa nessa iniciativa. São muitas ações em desenvolvimento. Temos buscado diversas cooperações internacionais para suprir algumas de nossas lacunas e deixar o Brasil em posição de destaque”, afirmou.
Já a professora Lúcia Drummond, da Universidade Federal Fluminense (UFF), mostrou como a evolução do desempenho computacional contribuiu para impulsionar o avanço das IAs e mencionou os desafios energéticos dos supercomputadores, assim como da infraestrutura necessária para essa tecnologia.
“Quando falamos dessas supermáquinas, falamos de problemas de interconexão. Da questão do resfriamento e também da tolerância a falhas, já que são milhões de componentes, o que eleva a probabilidade de erros”.