Programa ajudou Patrícia Monfardini a mudar de carreira; conheça essa e outras histórias dos participantes da Residência Tecnológica
“Acreditava que, aos 60 anos, era tarde para aprender algo completamente novo. Mas esta oportunidade me mostrou que nunca é tarde para recomeçar”. A afirmação é de Marcelo Goulart, um dos 216 participantes da Residência Tecnológica, última etapa do programa Hackers do Bem. A iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) executada pela RNP visa formar profissionais qualificados para o concorrido mercado de cibersegurança.
O programa, que está com inscrições abertas para 25 mil novas vagas nos cursos de nivelamento e básico, oferece ampla capacitação, começando por temas introdutórios à área de cibersegurança até conteúdos mais avançados, como a identificação de ameaças cibernéticas, computação em nuvem, conceitos de desenvolvimento e aplicações de criptografia. Conheça mais detalhes sobre as formações.
A última etapa do Hackers do Bem é a Residência Tecnológica, momento bastante esperado pelos participantes para atuar de forma prática na solução de problemas cibernéticos dentro dos Pontos de Presença da RNP, nos mais diversos estados do Brasil. Nesta fase, os alunos recebem bolsa-auxílio mensal de R$ 3 mil por um semestre.
É a oportunidade para muitos se especializarem na área e até realizarem o sonho da transição de carreira para uma profissão com altas e crescentes expectativas de demanda. De acordo com o relatório global sobre a lacuna de habilidades em segurança cibernética de 2024, divulgado pela Fortinet, seriam necessários atualmente quatro milhões de profissionais de cibersegurança no mundo para mitigar os riscos e lidar com as diferentes ameaças digitais.
Goulart, morador de Alto Paraíso de Goiás (GO), começou sua carreira na área de tecnologia como programador. Ele conta que encontrou no Hackers do Bem uma nova direção profissional.
“Descobri o programa ao ouvir a ministra Luciana Santos (MCTI) falando sobre ele. Desde então, me dediquei aos estudos e me surpreendi com o nível do material e das aulas online. Agora, com um grupo de colegas, estou elaborando um projeto cooperativo em segurança cibernética,” explica. Para ele, é uma oportunidade de consolidar a transição de carreira. “Quero ser um pentester ou até mesmo gerenciar projetos na área”, conta.
Aos 52 anos, Patrícia Monfardini é um exemplo de resiliência entre os candidatos que foram até a última etapa. Sem experiência prévia em tecnologia, ela se inscreveu no programa por incentivo de uma colega de trabalho.
“Foi um desafio enorme. Não sabia nada sobre TI, mas, com muita persistência, cheguei à especialização no Red Team (segurança ofensiva). Chorei, estudei e, no final, venci,” comemora. Patrícia vê na Residência Tecnológica a chance de colocar em prática o que aprendeu e fazer a transição da carreira atual, como servidora pública em Contagem (MG), para a área de cibersegurança. A aluna mineira, inclusive, após se formar no Hackers do Bem, começou a cursar Engenharia de Software para seguir na área depois da experiência no programa.
Além de formar profissionais tecnicamente preparados para lidar com os mais diversos golpes digitais, o Hackers do Bem busca aumentar a conscientização sobre a importância da segurança digital em um mundo cada vez mais conectado. “Muitas pessoas ignoram o quanto é necessário proteger nossas informações, mas o programa pode mudar isso. É uma iniciativa que não só prepara indivíduos, mas fortalece toda a sociedade”, diz Patrícia.
Representante da grande parcela de jovens que chegaram à Residência Tecnológica, Gabriel Matos, de 27 anos, busca uma forma de construir um futuro mais promissor. “Sempre quis trabalhar com segurança, mas achava que isso só era possível na polícia. Quando descobri o Hackers do Bem, foi como encontrar um norte,” afirma.
Após se especializar dentro do programa na área de Forense Digital, Matos demonstrou empolgação com os caminhos abertos para o setor de cibersegurança. “O curso foi fantástico. Agora, com a prática, sei que vou aprender ainda mais”, diz ele, que é formado em Direito, mas pretende se especializar e começar a carreira em cibersegurança.
Desde seu lançamento, em janeiro de 2024, o Hackers do Bem já certificou mais de 36 mil alunos. Financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), no âmbito do Programa Prioritário em Informática (PPI) da Softex, o programa é executado pela RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP). Sua formação é dividida em cinco módulos ou “trilhas”: nivelamento, básico, fundamental, especialização e residência (presencial), com aulas online e atividades interativas organizadas pela Escola Superior de Redes (ESR), braço de capacitação da RNP.
Para se inscrever no Hackers do Bem, nas etapas de nivelamento e básico, basta entrar no site oficial da iniciativa e seguir o passo a passo do cadastro. Clique aqui para se inscrever.