Um estudante ingressa na licenciatura em Física do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) que conta com atividades remotas durante os quatro anos de duração. No entanto, não há a certeza que a forma de acesso aos conhecimentos a distância será a mesma do início ao fim do curso.
Esse era um cenário comum para milhares de alunos todos os anos. Era, no passado, porque com criação do Programa Conecta Rede, parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC) e a RNP, esses tipos de incerteza estão acabando. A iniciativa tem a garantia de continuidade, novos investimentos e manutenção de infraestruturas de tecnologia da informação que já estão acelerando a transformação digital na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
“Não tínhamos perspectivas a longo prazo, porque o investimento em infraestrutura e serviços é muito pesado. Agora, com o Conecta Rede a gente pode fazer estimativas de longa duração, temos licenciatura de cinco anos dentro da plataforma digital no IPFE. Antes, não tínhamos a certeza que ela suportaria todo esse período. O programa nos deu essa certeza e tranquilidade que o estudante vai usufruir da infraestrutura do início ao fim. A gente ganhou muito com essa jornada”, conta o diretor de TI do IFPE, Marco Antônio Araújo.
A distância, mas eficiente e próximo
Desde 2021, o IFPE utiliza o Moodle para as atividades remotas dos cursos e já percebeu os impactos positivos que a adesão ao programa trouxe para a plataforma, uma das diversas soluções e serviços ofertados no Conecta Rede.
“Melhorou a disponibilidade: tínhamos em torno de 85% e hoje está acima de 98%. Isso impacta diretamente no negócio, porque temos um campus 100% virtual. Gerou maior qualidade na prestação de serviços aos nossos alunos, diminuindo o tempo fora do ar, e com a comunicação sendo feita toda pela plataforma. Com essa evolução, os estudantes estão muito mais próximos da instituição. Outra coisa interessante foi a eficiência do foco da equipe no negócio. Como a operação ficou centralizada na RNP, isso foi a grande a jogada: entregar o produto Moodle sem precisar configuração da máquina, nossa equipe, agora, ficou mais eficiente, porque trabalha apenas para dentro. Escalar as salas de aulas ficou mais fácil e a equipe está muito mais produtiva”, destaca Marco.
*Atualmente, quatro instituições da Rede Federal estão em processo de migração do Moodle e 13 em processo de produção.
Precaução necessária
No Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT), as informações e dados digitais ganharam uma garantia de segurança e disponibilidade com a implementação do serviço de backup do programa. Em poucos dias, com o apoio da equipe da RNP, a instituição conseguiu ativar a redundância que buscava, levando para a nuvem seus principais conteúdos com uma configuração na ferramenta que já utilizava.
“Entramos no primeiro grupo de instalação e o processo foi simples. Tínhamos preocupação com desempenho e segurança e esses fatores foram contemplados com êxito. Considero que é uma solução estável e segura. Ela chegou para suprir uma necessidade que não tínhamos um meio de construir que é ter uma redundância do nosso backup principal. A solução da RNP entrou como um backup offsite, que é a redundância do backup em outro ambiente, nesse caso, em nuvem. Agora, nossa expectativa é que, ao mesmo tempo que é implementada nas outras instituições, também haja ampliação da capacidade de armazenamento dos clientes que já estão utilizando a solução”, afirma o diretor de TI, Rafael Bezerra Scarselli.
No Conecta Rede, o backup vem acompanhado de uma consultoria com o objetivo de gerar documentos personalizados com diretrizes para cada instituição que faz a adesão.
“Foi um processo de cinco reuniões em 30 dias que geraram dois produtos: a Política de Backup do IFMT e outro documento técnico de normas de como executar o backup. Isso foi um mais um ganho que tivemos”, explica Rafael.
*Ao todo, 38 das 41 instituições da Rede Federal já aderiram ao serviço de backup ofertado pelo Conecta Rede.
Em busca da equidade entre as infraestruturas
Uma das maiores dificuldades da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é alcançar a uniformização das infraestruturas das 41 instituições que estão espalhadas por todo o Brasil. Cada uma delas tem sua realidade própria, influenciada por diversos fatores, entre eles, geográficos e de desenvolvimento local.
Dentro desse contexto, o programa Conecta Rede possibilitou aos institutos federais pensar, em conjunto, em um caminho que consiga diminuir as diferenças de infraestruturas tecnológicas entre eles e o resultado foi uma palavra: colocation (colocação em português).
Essa ação é a disponibilização de infraestrutura para hospedar servidores de cada instituição em um data center, nesse caso, nos Centros Nacionais de Dados (CNDs), que estão sendo implementados pela RNP.
“O programa para os institutos federais veio como uma grande oportunidade, nos abriu uma serie de possibilidades. Veio apresentando um grupo de serviços para nos atender, mas teve um momento no qual pudemos pensar especificamente nas nossas demandas e naquilo que pode nos atender. As instituições vivem momentos diferentes com relação a infraestrutura. Temos situações de muita precariedade e a gente pensou juntos numa solução que nos atenderia que é o colocation, possibilitando que a gente leve nossa infraestrutura para esse data center, que é onde está nossa maior precariedade. É uma solução que, a longo prazo, vai atender muitas instituições”, garante a diretora de TI do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e coordenadora-geral do Fórum Nacional dos Gestores de Tecnologia da Informação do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Forti/Conif), Carla Pires.
Com o serviço de colocation oferecido pela RNP a partir dos CNDs, estima-se uma grande economia em escala em cinco anos para a Rede Federal, pois os CNDs trazem diversos diferenciais, estando integrados diretamente à Rede Ipê, com monitoramento 24×7 realizado pelo SOC RNP (Centro de Operações de Segurança – Security Operations Center), assim como atendimento, confiabilidade e redundância, segurança física, conectividade de rede e escalabilidade, e consequentemente trazendo uma redução de custos envolvidos para as instituições manterem e operarem esse tipo de infraestrutura e seus serviços derivados.
Já com a utilização do SOC RNP no nível intermediário para os 41 Institutos Federais (IFs), estima-se um custo evitado na ordem de mais de dois milhões de reais mensais, na comparação com soluções do mercado.
Entendendo os perfis das equipes de TI
A Consultoria Educacional, serviço oferecido pela Escola Superior de Redes (ESR) e incluído no pacote do Conecta Rede, elabora estratégias de aprendizagem corporativas desenvolvidas de acordo com os objetivos e necessidades de cada instituição.
No caso da Rede Federal, estão sendo realizados workshops com os representantes dos institutos para o identificar os perfis dos profissionais de TI necessários para as suas equipes, olhando para o cenário a atual e vislumbrando o que esperam para o futuro, a partir do mapeamento das habilidades.
Esse diagnóstico está sendo feito focado em três especialidades da área: Operações; Desenvolvimento e Dados; Governança e Segurança. Ao final do levantamento, serão desenhadas trilhas de capacitação para os institutos a fim de fazer com que as equipes de TI evoluam suas performances.
“Enxergo com muito entusiasmo essa inciativa, porque também coordeno a Comissão de Capacitação da Rede Federal. Estamos construindo um plano de capacitação para a Rede Federal e essa iniciativa vem totalmente ao encontro com o que estamos fazendo. Esperamos usar o resultado dessa consultoria como insumo para nosso plano de capacitação e qualificação. Isso vai se potencializar se tivermos o mapeamento claro e atual do diagnóstico da nossa rede em relação às nossas maiores deficiências de habilidades e competências para atender nossas atividades. Alinhando isso com a identificação clara dos papeis para atividades de TI da Rede, podemos traçar, dentro do Plano Diretor de cada instituto, um ponto de partida e uma meta clara de melhoria ano a ano e conseguir casar com ela com as entregas legais que precisamos fazer para os órgãos de controle e as próprias instituições, e também com o Plano de Transformação Digital”, prevê o diretor de Gestão de TI do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Fábio Carlos Macêdo.
Melhoria do serviço público brasileiro
Criada com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço público do país, a PlaforEDU também faz parte do pacote do Conecta Rede. Nela, os servidores podem encontrar capacitações com a finalidade de potencializar sua atuação na Educação Profissional e Tecnológica, no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
“Uma vez que temos um mapa e competências e funções a partir da qualificação dentro das suas funções e itinerários, o servidor vai está melhorando sua atuação e o serviço público como um todo se beneficia. Uma vez que ela entra no catalogo de serviços e produtos do Conecta Rede vamos conseguir escalar, fazendo chegar em mais instituições e a tendência é que potencialize o programa de formação e qualificação dos servidores, por meio da oferta no programa”, afirma o professor do IFSul e coordenador geral do projeto PlaforEDU, Raymundo Carlos Filho.
Construção conjunta
O Conecta Rede tem como principais objetivos fortalecer o ecossistema de ensino da Rede Federal, viabilizar o desenvolvimento e disseminar a inovação, ampliar o uso de soluções digitais concebidas para e pelas instituições de ensino e promover a colaboração entre as unidades.
O foco na construção conjunta é o grande diferencial do programa, a fim de que as instituições desenvolvam resoluções para as próprias necessidades e que elas sejam contínuas no processo de transformação digital.
“O programa é uma iniciativa pioneira. Uma das metas foi a possibilidade dessa visão de cocricao e novas descobertas, para podermos mapear também quais são as necessidades e dores e, a partir disso, com a representação da Rede Federal e da Setec/MEC, conseguirmos priorizar e modelar novas ofertas. Os resultados têm sido muito interessantes levando em conta os feedbacks que temos recebido. É uma oportunidade única, inovadora e estamos apostando muito que, fazendo em conjunto, que é uma visão que a RNP tem, pensando como parceria, em escala, a gente consegue ter melhores resultados, otimizar recursos e sermos mais assertivos”, analisa o diretor de Serviços e Soluções da RNP, Antônio Carlos Fernandes Nunes.
Para a coordenadora do Fórum de Desenvolvimento Institucional (FDI), órgão de assessoramento do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), Juliana de Andrade, “quando você tem um programa desenvolvido para a Rede Federal que observa e reconhece todas as necessidades e tenta dar apoio às instituições, é fantástico, principalmente para os estudantes, porque todo o trabalho vai impactar na ponta e na qualidade dos serviços que prestamos a eles”.
Visão de futuro
Para o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marcelo Bregagnoli, os primeiros resultados obtidos pela Rede Federal com o Conecta Rede ressaltam a importância do programa e a necessidade de continuidade do mesmo no apoio à transformação digital das instituições.
“Tenho certeza que o Conecta Rede usa o que há de mais potente na rede federal, que é sua forma de organização, seu arranjo. Nossas 680 unidades têm essa característica de buscar a sinergia e dada essa demanda da transformação digital, para o que ela exige, sobretudo em termos de compliance e accountability, esse tipo de apoio e serviços são essenciais. Temos muita esperança nesse trabalho que a RNP tem feito em conjunto com a Setec, vejo o programa como muito próspero pois já vemos resultados na prática”, afirma Bregagnoli.
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