À medida que a tecnologia avança, ficamos mais conectados. Isso significa que um volume cada vez maior de informações circula em rede. Esse movimento impulsiona a inovação e a eficiência, mas também abre brechas para cibercrimes. É neste contexto que os SOCs, do inglês Security Operations Center, se tornam peças-chave na proteção contra ameaças digitais.
O ano de 2024 registrou um aumento de 44% no número de ataques cibernéticos globais, em relação a 2023. Ao mesmo tempo, o setor mais atacado foi o da educação, que viu crescer em 75% os alertas de ameaças. Esses dados são do relatório anual The State of Global Cyber Security 2025.
O documento ainda apontou para o crescimento da IA generativa (GenAI) como um dos fatores que mais influenciou nesse cenário.
Neste artigo você vai entender como os SOCs atuam para monitorar, analisar e criar escudos de proteção, inclusive para crimes futuros.
O que é um SOC?
O Centro de Operações de Segurança (SOC) pode ser definido como o coração da defesa de uma organização.
Imagine uma sala equipada com diversas telas gigantes onde são exibidos uma série de dados. Durante 24 horas por dia e sete dias da semana equipes especializadas observam cada movimento da rede, monitorando e analisando sinais suspeitos e possíveis ameaças. Quando algo é identificado, são disparados sinais para uma resposta rápida, capaz de bloquear qualquer risco de invasão.
Além deste monitoramento em tempo real, os SOCs têm uma atuação estratégica observando padrões que permitem prever ameaças. O resultado é a criação de um “escudo cibernético” capaz de proteger redes, sistemas, aplicações e dados contra acessos indevidos, vazamentos, malware e ataques sofisticados.
Assim, o papel dos SOCs vai além da simples vigilância. Eles atuam na segurança organizacional, coordenando a resposta a incidentes, implementando melhorias contínuas nos processos de proteção e fornecendo insights estratégicos para a tomada de decisões executivas sobre investimentos em cibersegurança.
Conheça as principais funções de um SOC moderno
O SOC não espera o problema acontecer, ele age de forma proativa e inteligente, unindo tecnologia de ponta, processos bem estruturados e especialistas em cibersegurança.
Para isso, são utilizadas ferramentas como plataformas de SIEM (Segurança da Informação e Gestão de Eventos), que detecta riscos e emite alertas, e soluções de SOAR (Orquestração, Automação e Resposta de Segurança), que automatizam respostas. Também são usados sistemas de inteligência de ameaças, que ajudam a prever ataques, e recursos de forense digital, para investigar incidentes em profundidade.
O resultado deste conjunto integrado é uma série de funções, como:
- Detecção avançada de ameaças: Identificação de atividades anômalas, ataques zero-day e ameaças persistentes avançadas (APTs)
- Resposta rápida a incidentes: Contenção, erradicação e recuperação de ataques cibernéticos seguindo playbooks estruturados
- Inteligência de ameaças: Análise de padrões, TTPs (Tactics, Techniques, and Procedures) e indicadores de compromisso
- Hunting proativo: Busca ativa por ameaças que podem ter passado despercebidas
- Conformidade regulatória: Suporte no cumprimento de normas como LGPD, ISO 27001, PCI DSS e SOX
- Análise forense digital: Investigação detalhada de incidentes para compreender vetores de ataque
O que significa tier
Em um SOC, a palavra tier significa nível. Imagine uma escada de responsabilidades, em que no primeiro degrau estão os analistas de Tier 1 que fazem o monitoramento básico e filtram os alertas, e nos níveis seguintes, os especialistas em casos mais complexos.
Quanto mais completa esta estrutura, melhor a capacidade de atuação do SOC.

Qual é a diferença entre SOC e NOC?
Embora muitas vezes sejam confundidos, SOC e NOC têm funções diferentes dentro de uma infraestrutura tecnológica, ainda que complementares.
De forma simples, o NOC é responsável por manter a rede no ar e funcionando sem interferências. Ele cuida da performance, do tráfego e da estabilidade da infraestrutura. Já o SOC mantém a rede segura, monitorando ameaças, investigando incidentes e protegendo os dados contra-ataques cibernéticos.

Conheça as principais métricas e KPIs usados pelos SOCs
Para medir a eficácia de um SOC, é fundamental acompanhar indicadores específicos. Conheça eles.
Métricas operacionais:
- MTTD (Mean Time to Detection): Tempo médio para detectar uma ameaça
- MTTR (Mean Time to Response): Tempo médio para responder a um incidente
- MTTA (Mean Time to Acknowledgment): Tempo para reconhecer um alerta
- Volume de alertas: Quantidade de eventos analisados
- Taxa de falsos positivos: Percentual de alertas incorretos
Métricas de negócio:
- Redução de custos de incidentes: Economia gerada pela prevenção
- Compliance score: Aderência às regulamentações
- Risk posture improvement: Melhoria na postura de segurança
Por que o SOC moderno é essencial?
Ransomware, supply chain attacks, ataques a IoT, insider threats, zero-day exploits estão entre os ataques mais recorrentes. Um SOC moderno traz benefícios concretos na defesa contra essas ameaças, incluindo redução de custos com incidentes, economia de milhões por ataques evitados, alto retorno sobre investimentos, diminuição de falsos positivos, melhoria na detecção de ameaças avançadas e quase 100% de disponibilidade dos sistemas críticos.
Quanto mais moderno for o SOC, maiores serão os resultados positivos ofertados por eles. Isso acontece porque os SOC do futuro estão cada vez mais inteligentes e conectados.
O uso da Inteligência Artificial e Machine Learning é a principal tendência. A Security Mesh Architecture, também ganha espaço, garantindo proteção em várias camadas, com verificação contínua de identidades e segurança nativa em ambientes multi-cloud. Enquanto isso, o XDR (Extended Detection and Response) oferece uma visão completa de toda a rede, endpoints, nuvem e aplicações, permitindo respostas rápidas e coordenadas contra qualquer ameaça.
Desafios e caminhos para um SOC
Complexidade tecnológica e custos elevados estão entre os principais entraves para a criação de um SOC próprio. Junto a isso se somam questões como a necessidade de atualização contínua para estar sempre um passo à frente das ameaças ao sistema.
Para driblar esses entraves, muitas instituições optam por modelos híbridos ou mesmo a terceirização do serviço.
No caso de instituições de ensino e pesquisa, a RNP oferece o serviço dos SOCs contra ameaças digitais. Com sede em Brasília, o SOC-RNP monitora mais de 500 instituições, garantindo a segurança de mais de 4 milhões de usuários.
Agora, o SOC-RNP está expandindo sua atuação para outras regiões do país, criando uma verdadeira rede de segurança digital. Essa expansão fortalece a defesa cibernética, alinhada à Estratégia Nacional de Cibersegurança, e permite a integração de esforços entre governos federal, estadual e municipal. Com isso, universidades e centros de pesquisa ganham proteção mais eficaz, independentemente de estarem em grandes cidades ou em regiões mais remotas do país.
Ter o SOC-RNP significa contar com uma infraestrutura robusta e especializada, capaz de antecipar ameaças e garantir que a ciência, a educação e a inovação avancem com segurança.