Laboratório Nacional Multiusuário da RNP oferece suporte técnico e infraestrutura para experimentos de previsão climática e cibersegurança em evento global sobre mudanças climáticas
Durante a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA) em 2025, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) apoiará duas demonstrações científicas de destaque: uma conduzida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outra pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará). As iniciativas contam com o suporte técnico e a infraestrutura do Laboratório Nacional Multiusuário da RNP, que atua como ambiente para experimentação de pesquisas e inovações de grande relevância nacional.
Previsão climática inteligente com o INPE
O INPE apresentará, durante a conferência, o Sistema Inteligente de Previsão de Extremos Climáticos (SIPEC), uma tecnologia que utiliza inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e modelos climáticos acoplados para prever fenômenos meteorológicos severos com alto grau de confiabilidade. A Prova de Conceito (PoC) será realizada em cooperação com o Laboratório Nacional Multiusuário da RNP, que fornece o ambiente computacional e a infraestrutura de conectividade necessários para o experimento.
Segundo a analista de suporte pleno da RNP Elenice Pedrosa, a colaboração entre as instituições surgiu de uma convergência natural entre as missões do INPE e da RNP.
“O INPE buscava uma infraestrutura capaz de validar o SIPEC em um ambiente de alta disponibilidade, escalabilidade e segurança. A RNP, por meio do Laboratório Nacional Multiusuário, oferece justamente esse tipo de suporte especializado, tornando-se o parceiro ideal para viabilizar a PoC durante a COP30”, explica.
A colaboração também foi resultado de um encontro estratégico entre as equipes em Brasília, conforme relata Wanderley Mendes, pesquisador do INPE. “A parceria surgiu a partir de uma reunião entre a coordenação do projeto e a diretoria da RNP, quando apresentamos a ideia de integrar a rede como parte essencial da infraestrutura de comunicação e dados do SIPEC. Pela presença da RNP em todo o território nacional e por sua capacidade de interconectar inúmeras instituições, a colaboração foi vista como um passo natural para viabilizar a escala e o alcance necessários ao projeto”, afirma.
O Laboratório fornece recursos computacionais, interfaces gráficas e suporte técnico, além de integrar sensores e gateways para a coleta e transmissão de dados via tecnologia de radiofrequência de longo alcance instalados em universidades e centros de pesquisa. Esses dispositivos coletam e transmitem dados ambientais, que são centralizados no ambiente da RNP, tratados e posteriormente encaminhados aos servidores do INPE. O banco de dados resultante ficará disponível para a comunidade científica.
A demonstração, de acordo com Elenice, reforça o papel da tecnologia na construção de soluções sustentáveis: “O SIPEC exemplifica como inovação tecnológica e ciência climática podem caminhar juntas, apoiando o país na mitigação de riscos e na adaptação aos efeitos das mudanças climáticas”, destaca.
Para o INPE, a cooperação representa um avanço importante na construção de uma rede nacional de coleta e processamento de dados climáticos. “Os desafios técnicos foram grandes, principalmente pela necessidade de criar rapidamente um ambiente operacional seguro e de alto desempenho para coleta e armazenamento de dados meteorológicos em tempo real. A equipe da RNP respondeu de forma ágil e eficiente, atendendo todos os requisitos da missão”, destaca Mendes. “Essa integração está sendo fundamental para fortalecer a colaboração entre instituições de pesquisa e provedores de dados, criando uma infraestrutura de monitoramento climático em escala inédita no país”.
Cibersegurança para eventos de alta visibilidade
Outra frente de atuação apoiada pela RNP durante a COP30 é o SEC365 – Plataforma Integrada de Cibersegurança para Ambientes Críticos, cujo desenvolvimento está sendo apoiado por UFPA, UFRA e Prodepa. A iniciativa propõe uma arquitetura modular e adaptável de defesa cibernética, voltada à proteção de infraestruturas públicas e eventos de grande porte, com base em inteligência cibernética, automação e resposta contínua a ameaças.
Durante a COP30, o SEC365 será aplicado em dois níveis:
- Operacional, como estrutura de monitoramento e resposta para ativos digitais sensíveis, com geração de alertas e indicadores de comprometimento;
- Demonstrativo e educacional, em formato de prova de conceito integrada ao Laboratório Nacional Multiusuário da RNP, simulando ataques controlados e exibindo o funcionamento de ferramentas avançadas de defesa, como DeepTrace, SpearHunter e módulos forenses.
De acordo com Allan Douglas Bento Da Costa (UFRA), pesquisador responsável pelas iniciativas relacionadas ao SEC365 dentro da COP30, a proposta está alinhada ao tema da conferência: “A resiliência cibernética é um pilar essencial da sustentabilidade. Ao proteger dados ambientais, sistemas de previsão e redes críticas, o SEC365 garante a integridade das informações que embasam políticas climáticas e decisões estratégicas.”
O projeto já opera em redes institucionais como a da Prodepa, com resultados concretos em detecção de vulnerabilidades e mitigação de riscos. As equipes também atuam em articulação com órgãos federais, como a Casa Civil e o MGI, contribuindo para o Plano de Segurança Cibernética da COP30.
Conectando ciência, tecnologia e sustentabilidade
Ao apoiar essas duas iniciativas, a RNP reforça seu papel como facilitadora estratégica de projetos científicos e tecnológicos de impacto global, oferecendo ambientes seguros e flexíveis de experimentação para universidades e institutos de pesquisa.
Para o coordenador de P&D Leandro Mondin, esse tipo de ação consolida o protagonismo da RNP na promoção de uma infraestrutura digital nacional robusta e confiável. “A COP30 é uma vitrine internacional para demonstrar como o Brasil pode unir ciência, inovação e conectividade em prol do planeta. Nosso objetivo é fortalecer a colaboração entre instituições, validar soluções de alto impacto e mostrar o potencial das redes avançadas da RNP para apoiar a pesquisa e a sustentabilidade”.
Com o suporte do Laboratório Nacional Multiusuário, a RNP atua para assegurar que tanto o SIPEC quanto o SEC365 sejam implementados de forma escalável, flexível e segura, reforçando o compromisso da instituição com o avanço da ciência aberta, a soberania digital e o desenvolvimento sustentável.
