Dentro da chamada Quarta Revolução Industrial, vivemos também o que especialistas denominam de Revolução da Requalificação (Reskilling Revolution). Popularizada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), a expressão corresponde a um movimento global voltado à atualização e ao desenvolvimento constantes de novas habilidades para acompanhar a transformação tecnológica em curso.
A automação, a inteligência artificial (IA) e a digitalização estão remodelando profissões e criando funções inéditas em praticamente todos os setores. Nesse cenário, investir em um mestrado em tecnologia torna-se não apenas uma escolha acadêmica, mas também uma estratégia para se manter relevante no mercado, explorar áreas emergentes e contribuir com soluções inovadoras para os desafios da sociedade contemporânea.
Por que fazer um mestrado em tecnologia?
De acordo com o Relatório sobre o Futuro dos Empregos (https://www.weforum.org/publications/the-future-of-jobs-report-2025/), publicado pelo Fórum Econômico Mundial, as ocupações que mais crescem estão diretamente ligadas a tecnologia, dados e inteligência artificial.

Essas mudanças no mercado de trabalho, impulsionadas por avanços em áreas como IA e energia renovável, devem contribuir para a criação de cerca de 170 milhões de novas funções, enquanto aproximadamente 92 milhões de ocupações serão extintas ou perderão relevância até 2030.
“Tendências como IA generativa e mudanças tecnológicas rápidas estão revolucionando setores e mercados de trabalho, criando oportunidades sem precedentes e riscos profundos”, destacou Till Leopold, Diretor de Trabalho, Salários e Criação de Empregos do Fórum Econômico Mundial.
Ao mesmo tempo, países como o Brasil ainda enfrentam um déficit de mão de obra em áreas estratégicas. Nesse sentido, um mestrado em tecnologia abre portas para cargos mais qualificados e requisitados, tanto em empresas privadas quanto em órgãos públicos.
Entre os principais benefícios estão:
- Capacidade analítica: desenvolvimento de análise crítica e resolução de problemas complexos.
- Liderança e inovação: maiores chances de assumir posições de gestão em projetos de alta tecnologia.
- Valorização salarial: estudos indicam que mestres tendem a ter melhores remunerações e maior estabilidade no emprego.
Principais tendências de pesquisa para 2026: IA, cibersegurança e computação quântica
A pesquisa em tecnologia segue os grandes movimentos globais, que combinam ciência, inovação e impacto social. Para 2026, os temas em maior ascensão incluem:
- Inteligência Artificial (IA) aplicada a educação, saúde, negócios e administração pública. Os estudos avançam para além da automação, firmando-se em análises preditivas, diagnósticos médicos, combate à desinformação e inovação em novos materiais.
- Cibersegurança e soberania digital, com a crescente exposição digital e aumento de ataques a dados sensíveis, a proteção de dados se torna essencial. O foco é a proteção de infraestruturas críticas, com destaque para criptografia avançada e defesa de dados estratégicos, incluindo estratégias de defesa para governos e empresas.
- Computação quântica, área emergente com potencial para revolucionar setores como logística, biotecnologia e finanças, resolvendo problemas que superam a capacidade dos computadores tradicionais. Tem atraído investimentos e pesquisas.
- Internet das Coisas (IoT) e cidades inteligentes, voltadas para mobilidade, energia, segurança urbana e sustentabilidade.
- Tecnologia verde e sustentabilidade digital, incluindo soluções para descarbonização, monitoramento ambiental e agricultura inteligente.
- Educação digital imersiva, impulsionada por realidade aumentada, realidade virtual e o metaverso acadêmico.
Áreas em expansão e impacto interdisciplinar
Na saúde, destacam-se pesquisas em telemedicina, dispositivos vestíveis (wearables), bioinformática e análise de dados genômicos, que já vêm revolucionando diagnósticos e tratamentos. Também crescem os estudos sobre saúde mental e o impacto das transformações digitais no ambiente de trabalho.
Nas ciências humanas e sociais, emergem investigações sobre ética digital, regulação da inteligência artificial, economia de plataformas, futuro do trabalho remoto e inclusão social mediada pela tecnologia – mostrando como os desafios tecnológicos exigem um olhar interdisciplinar.
Observar este movimento é importante para entender que os campos de pesquisa não apenas apontam caminhos de inovação, mas também se consolidam como pilares para uma sociedade mais sustentável, conectada e digitalmente inclusiva.

Dicas bônus: onde encontrar fontes confiáveis
Desde o projeto ao percurso dentro do mestrado, em tecnologia, é fundamental basear a pesquisa em fontes confiáveis e atualizadas. Consultar referências de qualidade fortalece a credibilidade do trabalho acadêmico, e em um campo em constante mutação, é preciso identificar tendências emergentes, oportunidades de inovação e lacunas que podem se tornar temas de estudo.
A seguir algumas dessas especializados que todo pesquisador deve conhecer:
IEEE Xplore (https://ieeexplore.ieee.org/Xplore/home.jsp) – Especializada em engenharia, computação, robótica, IA e telecomunicações; ideal para artigos, conferências e padrões técnicos.
Scopus (https://www.scopus.com/home.uri) – Base multidisciplinar abrangente, útil para rastrear tendências e métricas de impacto.
ScienceDirect (https://www.sciencedirect.com/) – Abrange áreas de tecnologia, ciência aplicada e engenharia, com conteúdo revisado por pares.
Gartner e McKinsey & Company (https://www.gartner.com/pt-br/conferences/la/cio-brazil) – Relatórios de mercado e tendências em tecnologia, inovação e transformação digital.
Journal of Information Technology (https://journals.sagepub.com/home/jin) – Pesquisas sobre inovação tecnológica, TI aplicada e políticas digitais.
Nature Technology (https://www.nature.com/) – Conteúdo de ponta em ciência aplicada, inovação e novas tecnologias.
MIT Technology Review (https://www.technologyreview.com/) – Publicações acessíveis sobre tendências tecnológicas emergentes, inovação e impacto social.