Debate sobre o Plano Brasileiro de IA agita o segundo dia de Fórum RNP 2025

setembro 17, 2025
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Apresentações estimulam reflexões sobre impactos da tecnologia e foco no planejamento

Os impactos, desafios, oportunidades e próximos passos do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) foram debatidos nesta quarta-feira (17), segundo dia do Fórum RNP 2025. O diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Hugo Valadares, afirmou que a IA mudou a forma de as pessoas se relacionarem.

“O PBIA visa acompanhar essa grande mudança mundial, quando a IA sai da universidade e chega ao povo. Todo mundo quer ter algo com IA na sua vida. Queremos criar um ecossistema de pesquisa nessa área. Vamos precisar requalificar pessoas e trabalhadores, e isso precisa ser feito em grande escala”, disse.

Para que o Brasil seja um dos protagonistas globais em IA, Valadares destacou a necessidade de investimento em infraestrutura própria para reduzir a dependência externa, além de manter internamente dados estratégicos. Ele também anunciou uma nova iniciativa relacionada ao PBIA que será revelada em breve, destinada à formação envolvendo empresas.

Valadares concluiu reforçando a necessidade de união para o sucesso do plano. “O MCTI é parceiro das universidades, da sociedade civil, dos estados, da RNP. O desenvolvimento tecnológico só vai ser possível quando a gente abraçar todos os atores desse processo no Brasil.”

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Alagoas, Silvio Bulhões Azevedo, presidente do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), lembrou que muitos estados já investem em IA, mas reforçou a necessidade de um investimento coordenado para que o PBIA possa causar impactos na sociedade. O professor-adjunto da Universidade de Brasília (UnB), Edson Ishikawa, enfatizou a importância de investimentos do Ministério da Educação (MEC) na formação de pessoas e na abertura de cursos de graduação em IA.

Na mediação do debate, o diretor de Serviços e Soluções da RNP, Antônio Carlos F. Nunes, destacou que o Programa Conecta, iniciativa do MCTI executada pela RNP, contribui com o esforço em posicionar o Brasil como um protagonista em IA. “O Conecta complementa esse esforço com investimentos em conectividade, ampliação da infraestrutura nacional, capilarização das infovias e investimentos nos Centros Nacionais de Dados, além da modelagem de novos serviços para as instituições de ensino e pesquisa do Sistema RNP”.

A inteligência artificial também foi tema da palestra de Cristiano Kruel, diretor de Inovação na StartSe. Com o título provocante “Tudo o que eu entendia sobre IA estava errado!”, a apresentação focou na trajetória de Kruel no uso dessas ferramentas, com o objetivo de estimular o público a repensar a maneira como a IA impacta o trabalho e outras áreas da vida.

“Não parece mágica? Tudo é mágico até você entender como funciona. E existe um problema muito sério nas corporações e instituições. As pessoas que trabalham nelas estão com nível de ansiedade lá em cima, porque elas leem notícias de IA e têm a sensação que não estão entendendo nada, ou que todo mundo está fazendo tudo, menos você. Mas o que está faltando no mundo é entender fundamentos, porque aí você descobre que o mundo não é tão louco e nem anda tão rápido. É muito fácil enrolar alguém com a conversa de IA”, provocou.

Planejamento é a chave do sucesso

Seja para trabalhar com o IA ou qualquer outra tecnologia, o planejamento na gestão do projeto é fundamental. Keynote do Fórum RNP, Mario Trentim, fundador e CEO da ModernPMO.com, apresentou exemplos práticos de como tirar do papel as ideias e alcançar resultados. “Quem nunca teve um plano, mas não o executou? Costumamos achar que é falta de disciplina ou de esforço, mas, na verdade, é falta de organização e método. Sem método, não conseguiremos fazer aquele esforço inteligente. Assim vamos desperdiçar capacidade e energia, já que só disciplina e esforço não nos levarão a ter excelentes resultados”, afirmou.

Um plano considerado ruim, segundo Trentim, pode ser melhorado ao longo do caminho, enquanto a ausência de um plano torna a execução mais difícil. Para o especialista, gestão de projetos não se limita a áreas técnicas. “É sobre executar qualquer empreendimento temporário. Se eu tenho uma iniciativa com data para começar e terminar, isso vai ser gerenciado como um projeto. E isso traz benefícios, como controle, bom planejamento e maior chance de sucesso”, concluiu.