Centro Nacional de Dados de Brasília é lançado no Fórum RNP 2025

setembro 16, 2025
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Primeiro dia de evento provoca reflexões sobre tecnologia e relações humanas

“É por meio das conexões que a RNP promove que conseguimos levar a capacidade de inovar às instituições e permitir que os resultados sejam usados em todo o Brasil”. A declaração do diretor-geral da RNP, Lisandro Granville, abriu o 14º Fórum RNP, nesta terça-feira (16), em Brasília. O destaque do primeiro dia foi o lançamento do Centro Nacional de Dados de Brasília (CND), em parceria a Elea Data Centers. A solenidade contou com a presença de representantes dos Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Educação (MEC) e das Comunicações (MCOM), além da RNP e da Elea Data Centers.

Parte do Programa Conecta, iniciativa do MCTI executada pela RNP, o CND garante o armazenamento e processamento de grandes volumes de dados para as instituições de ensino e pesquisa. “O Programa Conecta transforma o presente e prepara o país para as próximas décadas. É um projeto de futuro que sustenta a ciência, a educação e a inovação no Brasil”, disse Granville.

O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI e presidente do Conselho de Administração da RNP, Inácio Arruda, destacou o papel da RNP diante da necessidade de ampliação da conexão digital no país. “Usaremos nossos recursos para garantir que a RNP possa ampliar sua oferta de serviços de alta qualidade”, afirmou.

A diretora de Relações Institucionais da Elea Data Centers, Caroline Ranzani, comemorou a parceria com a RNP. “Para a Elea, essa parceria reflete uma visão comum: que a infraestrutura só faz sentido quando se traduz em valor para a sociedade. Ao lado da RNP, estamos criando não apenas datacenters, mas a base para uma economia digital mais robusta, sustentável e inclusiva no Brasil.”

O painel também teve a participação de Juliano Stanzoni, diretor de Política Setorial do Ministério das Comunicações (MCom), e Juscelino Pereira Silva, diretor de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).

Conexão e transformação

Uma apresentação sobre como a tecnologia, a cultura, a criatividade e a inteligência artificial moldam nossa sociedade levou o público do Fórum RNP a refletir sobre o futuro. Os keynotes Dante Freitas e Renan Hannouche, fundadores da iniciativa GZero, apresentaram o conceito de humanware e falaram sobre as relações humanas nos dias de hoje.

“O humanware tem a ver muito com uma provocação além do software e do hardware. É muito comum a tecnologia ganhar sempre a capa de revista. Não há mal nisso, mas o que traz a mudança de realidade é o estado interno de cada um de nós. Se formos ver, cada um sente e percebe a transformação de uma forma diferente”, explicou Freitas.

“A forma que eu imagino o futuro muda minhas ações no presente. Não é só o presente que constrói o futuro. O futuro também constrói o presente. Se eu acredito que vai dar tudo errado, eu não tenho porque hoje construir um mudo melhor. Se a gente não acreditar num futuro possível de coletividade, a humanidade daqui a 15 anos não estará num fórum como esse discutindo, porque teremos mais máquinas que humanos”, disse Hannouche.

Colaboração e comunidade em destaque no Fórum RNP

A cooperação científica deu o tom da palestra do consultor Sênior de Estratégia Internacional da Sikt, rede acadêmica da Noruega, Jan Meijer. Ele citou o File Sender, serviço de envio de arquivos da RNP, ao relatar a criação do serviço norueguês e destacou como a colaboração sustenta projetos

“Queríamos criar uma boa comunidade de contribuidores, porque isso é o que nos sustentaria no longo prazo. Quando você conhece alguém que está interessado no seu projeto e ainda não faz parte, é preciso facilitar para que ele faça parte. Além disso, você precisa ser tolerante com o que eles podem contribuir”, ressaltou.

Encerrando o primeiro dia de Fórum RNP, a jovem Isabelle Christina, Education Officer em Inteligência Artificial no Unicef, abordou o uso ético de IA e o fortalecimento dos direitos humanos.

“Quando pensamos em inteligência artificial e no papel dos algoritmos na sociedade, é fundamental incluir a dimensão da percepção e da cultura. Muito se fala que a IA é uma caixa-preta, que reflete os dados que carrega. Por isso, ao tratar de viés algorítmico, precisamos considerar a origem desses dados. A IA pode ser vista como um mosaico: depende de quais dados usamos e de como olhamos para as ferramentas, para que possamos criar soluções que representem a sociedade em que vivemos, em vez de apenas amplificar tensões já conhecidas”, disse.