Uso das TIC para formar profissionais de saúde

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Diante da escassez de profissionais de saúde no Brasil, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) exercem duplo papel de importância: são o meio que viabiliza a capacitação a distância e também são o objeto de estudo de profissionais que queiram se especializar em informática em saúde.

No dia 4/9, terceiro dia do III Fórum RNP, coordenadores de programas em Educação a Distância (EaD) apresentaram as principais iniciativas que unem informática e saúde no Brasil e debateram o uso das TIC para otimizar a formação de recursos humanos nessa área.

Segundo o responsável técnico pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), Vinícius de Araújo Oliveira, o projeto, composto por uma rede colaborativa de 36 instituições de ensino superior, gere uma plataforma que oferece cursos livres de curta duração, de pós-graduação e de programas de qualificação para profissionais do SUS.

A ferramenta visa suprir a grande demanda por pessoas capacitadas no setor. “Investir em educação a distância é vantajoso quando os alunos estão espalhados em lugares diferentes ou quando o número de alunos é muito grande”, opinou Vinícius. Cursos na área de saúde na família obtêm grande procura, como o de atenção domiciliar, com 17 mil matriculados em todo o país.

Fernanda Chaves, da Coordenação Geral de Residências em Saúde, apresentou o espaço colaborativo criado pelo Ministério da Educação para a troca de experiências e a construção coletiva de uma política nacional de educação em saúde, com ênfase nas residências multiprofissionais. “Nosso maior objetivo é conectar todas as instituições que ofertam programas de residências no país”, declarou.

Segundo o coordenador do Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luiz Roberto Oliveira, a universidade já formou 10 mil pessoas em modalidades de cursos EaD. “O conhecimento está em todo o lugar e é preciso desenvolver autonomia para buscá-lo, para um aprendizado autodirigido, a heutagogia”, defendeu.

Dona de um dos dois únicos cursos de Informática Biomédica no Brasil, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, foi pioneira em propor a formação de um profissional interdisciplinar, especializado em TI e em saúde. “O motivo principal veio de uma demanda crescente por profissionais com uma formação forte na área de TI e algumas características específicas diferentes do que tinha o cientista da computação básica”, revelou o diretor de educação da FMUSP em Ribeirão Preto, Paulo Mazzoncini.

Já o professor do Departamento de Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Ivan Torres Pisa, trouxe dados do censo de 2012 sobre ensino a distância, que mostram um aumento de 29% no número de instituições que oferecem cursos de EaD. Atualmente, 36 mil alunos estão matriculados em cursos a distância na UNIFESP.

Ivan Pisa defendeu que o ensino a distância é a única estratégia eficiente de treinamento dos profissionais do SUS. “Para aliar qualidade, tempo, disponibilidade e custos, é a única maneira de suprir a demanda existente no país”.