Lançado em novembro de 2014, o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e foi considerada o primeiro passo para o Brasil consolidar uma infraestrutura nacional de dados e conteúdos em biodiversidade. Recentemente, implementou um sistema capaz de recuperar todos os registros de maneira automatizada, o que vai acelerar a repatriação de dados. Somente no primeiro dia, 850.491 novos registros que estavam no Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês) foram repatriados. A diretora-geral do sistema, Andrea Portela, fala sobre a nova ferramenta e a plataforma SiBBr.
Quando a nova ferramenta de repatriação de dados foi criada e qual seu principal objetivo?
Ela foi criada há pouco tempo pela própria equipe do SiBBr, para automatizar, aqui no Brasil, o processo de busca e indexação de dados sobre a biodiversidade brasileira, disponibilizados por instituições estrangeiras diretamente no GBIF. Antes era realizado um processo manual de busca e indexação de dados, que demorava bastante. A ferramenta que desenvolvemos faz isso de forma automatizada, repatriando os dados e disponibilizando-os no SiBBr à medida em que são colocados nos sistemas que provêm dados ao GBIF.
Como a comunidade científica tem recebido a iniciativa do SiBBr?
Temos feito um enorme trabalho de conscientização sobre o SiBBr, seus objetivos, perspectivas e formas de implementação. Hoje, podemos dizer com satisfação que estamos em um processo de mobilização de dados, que, por seu porte, é inédito no Brasil. O foco é informatizar e qualificar dados a partir (mas não só) de coleções biológicas, das instituições centenárias às mais recentes. Crescemos, em menos de dois anos, de uma base de 500 mil registros para mais de 6 milhões, somente de ocorrência de espécies. Temos pelo menos mais 2,5 milhões de registros prontos e em processo de indexação, para serem visualizados na base. Até dezembro deste ano, teremos entre 9 e 10 milhões de registros. Isso só é possível pela parceria com a comunidade científica. Recebemos mensalmente muitos convites para palestras sobre o SiBBr, assim como pedidos de apoio à informatização e disponibilização de dados pela comunidade científica.
Qual a importância dos parceiros, como a RNP, nesse projeto?
As parcerias são o cerne do SiBBr. Precisamos delas para implementar o sistema, dar escala ao processo de mobilização de dados, gerar informação customizada e desenvolver e implementar ferramentas e serviços. A RNP, junto ao LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), foram e continuam sendo os alicerces do SiBBr, nos dando condições básicas de mantermos a excelente infraestrutura de tecnologia de informação que está sendo implementada.
E quais as perspectivas de futuro do SiBBr?
É impressionante como a perspectiva de futuro evolui e se modifica à medida em que construímos as pontes de confiança. O SiBBr não nasceu para ser somente um sistema agregador de dados de ocorrência de espécies. Atualmente, o sistema já alcançou um grau de maturidade no qual estamos diversificando a oferta de serviços. A partir de julho, teremos, a exemplo da ferramenta de repatriação de dados, o desenvolvimento de serviços que poderão ser consumidos na página do SiBBr. Estamos efetivando as parcerias e trabalhando no desenvolvimento de funcionalidades que elevam o uso do SiBBr para além das informações que consideramos básicas (como as informações sobre riqueza e diversidade de espécies). Por isso, 2017 será um ano de grandes transformações e de enorme crescimento para o sistema.
Crédito da foto: José Sabino.