O dia 2/9/2014 foi uma data especial para a Rede Universitária de Telemedicina (Rute), projeto coordenado pela RNP e integrado ao programa Telessaúde Brasil Redes. A iniciativa, que integra e conecta hospitais públicos universitários e de ensino brasileiros, celebrou a marca de mais de 100 unidades de telemedicina e telessaúde criadas, homologadas e em plena operação por todo o Brasil.
Na ocasião, foram inauguradas quatro unidades de telemedicina – no Centro Hospitalar do Município de Santo André (CHMSA – SP), no Hospital Agamenon Magalhães (HAM – Recife), no Hospital Ana Nery (HAN – Salvador) e na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (Belém) – que, junto às 97 já existentes, ultrapassam as 100 unidades em funcionamento nas cinco regiões do país.
A cerimônia de inauguração conjunta foi realizada na 3ª edição do Fórum RNP, que este ano, teve como tema e-Saúde, e reuniu especialistas no Hotel San Marco, em Brasília. O coordenador nacional da Rute, Luiz Ary Messina (foto), conduziu o evento. “Nosso grande desafio agora está nos municípios, que devem ser conectados pela RNP até o final do ano”, afirmou, apresentando a todos a nova publicação-catálogo da RNP, intitulada “Rute 100” sobre as 100 primeiras unidades de telemedicina e o impacto da rede.
Sobre a Rute
Em 2006, quando iniciou a implantação, a Rute abrangia 19 instituições pelo Brasil. A iniciativa dava seus primeiros passos, em prol do desenvolvimento da educação e da pesquisa em saúde no país. Hoje, a rede é formada por mais de 150 hospitais universitários e de ensino, com 100 unidades em plena operação em todos os estados do Brasil. É considerada uma das maiores iniciativas do mundo e, em 2012, recebeu a qualificação de melhor prática em telemedicina na América Latina e Caribe, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL).
Entre outros objetivos, por meio da RNP, a rede conecta e integra todos os hospitais públicos universitários e de ensino, e apoia a realização de videoconferências e webconferências, a análise de diagnósticos, a segunda opinião formativa, e educação permanente. Também permite a integração das unidades com secretarias estaduais e municipais de saúde, unidades básicas de saúde e hospitais do interior.
“O fomento a essas ações possibilita o desenvolvimento da educação e da pesquisa, além de facilitar a atenção à saúde no país. A prática em rede facilita a integração de especialistas, profissionais de saúde, residentes e estudantes na discussão de novas metodologias de tratamento e procedimentos a serem adotados”, afirma Luiz Ary Messina.
A rede também estimula a integração e a colaboração entre profissionais de saúde por meio de Grupos de Interesse Especial (do inglês, Special Interest Group – SIGs). Hoje são 57 SIGs que promovem debates, discussões de casos clínicos, aulas e diagnósticos a distância, em várias especialidades e subespecialidades médicas, tais como Cardiologia, Oftalmologia e Dermatologia, Hanseníase, Medicina Esportiva, Reumatologia Pediátrica, entre outros. A cada ano, são realizadas cerca de 600 sessões de vídeo e webconferências, com a participação de mais de 150 instituições, inclusive algumas da América Latina e de países de língua portuguesa.
Lançada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apoiada pelos Ministérios da Saúde (MS) e da Educação (MEC), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. (EBSERH), a Rute também se destacou no cenário internacional, em 2013, por uma ação inédita no Brasil: a primeira transmissão de quatro cirurgias em 4k (resolução quatro vezes superior à full HD), em tempo real e de forma simultânea, diretamente do Brasil para os Estados Unidos, a partir de quatro unidades de telemedicina, nos hospitais universitários de Porto Alegre (HCPA/UFRGS), do Espírito Santo (HUCAM/UFES) e do Rio Grande do Norte (HUOL/UFRN), e na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP). Estudantes, pesquisadores e profissionais de saúde não só assistiram às cirurgias detalhadamente, uma vez que o coração passou a ter o tamanho de um ser humano na tela, como discutiram com os especialistas em tempo real.