Projetos selecionados na 3ª Chamada BR-UE iniciam suas atividades

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Os cinco projetos selecionados na 3ª Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) deram o primeiro passo de suas atividades. Entre os meses de janeiro e março, foram realizadas as reuniões de kick-off de cada uma das iniciativas. Todos os encontros contaram com representantes do Brasil e da União Europeia. Os projetos estão sendo são financiados pela RNP e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em conjunto com a Comissão Europeia.

O primeiro encontro foi do projeto SecureCloud – Secure Big Data Processing in Untrusted Clouds, realizado nos dias 27, 28 e 29/1, na Suíça. O objetivo é utilizar as mais novas tecnologias no estudo e na implementação de uma solução para prover confidencialidade, integridade e disponibilidade para aplicações que são executadas em ambientes de nuvem. O projeto conta com sete instituições brasileiras e sete europeias.

O professor Marco Vieira, da Universidade de Coimbra, em Portugal, coordena a equipe internacional de pesquisadores – Reino Unido, Irlanda e Brasil, além da universidade – que atua no projeto EUBrasilCloudForum. A iniciativa pretende criar um ‘market place’ na web, oferecendo uma lista concreta e prática dos casos de sucesso e serviços de cloud computing que surgiram da parceria BR-EU.

A reunião de kick-off do grupo aconteceu nos dias 28 e 29/1, em Portugal, e teve como objetivo realizar uma primeira identificação e definição dos temas que espelhem os desafios de pesquisa em cloud computing e que fortaleçam as oportunidades de colaboração entre Brasil e Europa. Segundo Vieira, “a intenção do projeto é identificar as necessidades de pesquisa futura e desenhar um modelo que reforce a colaboração entre o Brasil e a Europa e que permita aumentar a competência científica europeia e brasileira”.

O terceiro encontro foi do projeto High Performance Computing for Energy (HPC4E), que pretende desenvolver ferramentas de simulação de alta performance para ajudar a indústria de energia a entender as demandas energéticas futuras e as questões ambientais relacionadas ao carbono. O evento foi realizado nos dias 2 e 3 de fevereiro, na Espanha.

O projeto vai explorar recursos das mais importantes infraestruturas eletrônicas de computação de alta performance (em inglês, HPC) da Europa e do Brasil, para estudos do setor energético. “O setor da energia pode se beneficiar muito com as possibilidades oferecidas pela HPC. Se a computação de alta performance já é considerada necessária para pesquisa e inovação, a próxima geração de supercomputadores será ainda mais importante”, ressaltou o diretor do departamento de Aplicações Informáticas em Ciência e Engenharia (em inglês, Case), José María Cela (imagem). O Case faz parte do Barcelona Supercomputing Center e irá desempenhar um papel crucial no desenvolvimento de novos algoritmos de simulação e ferramentas de HPC para o setor de energia.

Uma árvore que cai em Belo Horizonte pode afetar várias esferas administrativas da cidade: o gestor do trânsito precisa tomar medidas para desafogar o tráfego; a companhia de limpeza, desobstruir a via; e a concessionária de energia, restabelecer o serviço. Essas respostas poderiam ser mais rápidas se os dados que subsidiam as decisões dos gestores fossem integrados, armazenados e manipulados na ‘nuvem’. O caso ilustra um dos potenciais benefícios do projeto EUBra-BigSea, que envolve 12 universidades ao redor do mundo interessadas no desenvolvimento de métodos, algoritmos e tecnologias para as plataformas de armazenamento de dados em nuvem.

A reunião de kick-off do projeto foi realizada nos dias 11 e 12/2, na Espanha. O EUBra-BigSea lançará uma nova plataforma de Big Data Analytics para processar grandes quantidades de dados no menor tempo possível e com custo mínimo. Com isso, analisará informações meteorológicas geo-referenciadas, dados de rotas de transportes públicos fixos, caminhos, estradas, bem como comentários, posts e outras publicações nas redes sociais. Informações em constante mudança e evolução. Ignacio Blanquer, coordenador do projeto e pesquisador da Universidade Politécnica de Valência (UPV), disse que o principal desafio do projeto é “obter recursos de computação hospedados na nuvem que se adaptem automaticamente às exigências de processamento de informação e permitam às aplicações responderem imediatamente ao usuário, adaptando-se às suas necessidades a cada momento e antecipando as necessidades que podem ocorrer”.

Para encerrar as apresentações, ocorreu nos dias 2, 3 e 4/3 o encontro do projeto Federated Union of Telecomunications Research Facilities for an EU-Brazil Open Laboratory (Futebol), em Portugal. A iniciativa pretende desenvolver e implantar estruturas de investigação, juntamente com uma plataforma de controle, na Europa e no Brasil, que permitam a realização de pesquisa experimental na área de convergência entre as redes ópticas e redes sem fio. O projeto também se propõe a criar um ecossistema sustentável e colaborativo entre o Brasil e Europa, em prol do desenvolvimento da pesquisa e inovação. Futebol tem a participação de líderes da indústria de telecomunicações e instituições acadêmicas, incluindo sete brasileiras e seis europeias.

3ª Chamada Coordenada BR-UE

Nos últimos anos, Brasil e União Europeia vêm estreitando os laços de cooperação em ciência e tecnologia, por meio do lançamento conjunto de chamadas para projetos avançados de pesquisa e desenvolvimento na área de tecnologias da informação e comunicação. Esta é a terceira etapa dessa cooperação, em que foram selecionados cinco projetos, que reúnem 49 instituições, das quais 23 brasileiras e 26 europeias – 24 universidades, 17 empresas e oito centros de pesquisa.

As instituições do Brasil receberão, ao todo, R$ 22,1 milhões. O mesmo valor será destinado pela UE aos participantes europeus nos projetos, totalizando mais de R$ 44 milhões para fomento. Subsidiariamente, a chamada contemplará o aprimoramento da plataforma experimental Future Internet Brazilian Environment for Experimentation (Fibre, na sigla em inglês), que servirá de suporte às propostas escolhidas.

Foto: Imagem cedida pelo Barcelona Supercomputing Center – www.bsc.es