Projetos da 3ª Chamada Coordenada BR-UE permeiam os três eventos da RNP no CSBC 2016

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Entre os dias 4 e 7/7, o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação 2016 (CSBC 2016) promoveu, em Porto Alegre (RS), espaços para trocas e discussões com foco no tema ‘Comunicação e Interdisciplinaridade’. O objetivo foi aumentar a sinergia na busca de soluções integradas para os problemas na área de computação que emergem na sociedade atual. O CSBC abrigou também eventos satélites, sendo três deles promovidos pela primeira vez e com apoio da RNP: workshop do testbed Fibre, o Cloudscape Brazil e Workshop on Cloud Networks (WCN).

O WCN e o Cloudscape Brazil foram realizados nos dias 6 e 7/7, respectivamente, para apresentar pesquisas inéditas relacionadas aos desafios, soluções e técnicas relacionadas à computação em nuvem. Estiveram presentes representantes do governo, do setor empresarial e acadêmico do Brasil e da Europa, para falar sobre temas como privacidade, mobilidade de dados em nuvem e federações de provedores para a área acadêmica. Os eventos foram promovidos pelo EUBrasilCloudForum, um dos projetos da 3ª Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Essa chamada é gerenciada pelo CTIC/RNP junto ao MCTIC, no lado brasileiro, e pela Comissão Europeia, na UE.

Na mesa de abertura, a coordenadora brasileira do EUBrasilCloudForum, Priscila Solis (foto 1), apresentou os resultados e planos do projeto, que está elaborando um roadmap de pesquisa sobre computação em nuvem, com foco na relação BR-UE. A partir desse estudo, os membros do governo de ambos os lados poderão avaliar novas oportunidades de temas para futuras cooperações. Em seguida, o diretor da Sociedade da Informação da Comissão Europeia no Brasil, Augusto de Albuquerque, relatou o histórico da cooperação Brasil-União Europeia, ressaltando o interesse da comissão em continuar a colaborar com o Brasil. Já o secretário da Secretaria de Política de Informática (Sepin), Maximiliano Martinhão, reforçou o entusiasmo do órgão em promover a próxima chamada, voltada para o 5G, a Internet das Coisas e computação em nuvem. Também participaram da abertura diretor e o coordenador de projetos do CTIC/RNP, Lisandro Granville e Wanderson Paim. Eles apresentaram dados sobre a execução dos projetos aprovados na 3° Chamada Coordenada BR-EU.

Um dos encontros ressaltou o histórico de cooperação BR-UE e chamadas coordenadas. O diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Augusto Gadelha, relembrou que, em junho de 2009, ele, Marylin Peixoto, Antenor e Michael Stanton (diretor de P&D da RNP) participaram do Advisory Group da Comissão Europeia para convencê-los de que o Brasil poderia cooperar na área de TIC com os europeus. Após negociações, a primeira chamada foi lançada em setembro de 2010. O evento também contou com a apresentação de resultados dos projetos selecionados na 3° Chamada Coordenada BR-UE e do Fibre2. Esse último, foi apresentado pelo consultor da RNP Tiago Salmito, que destacou a quantidade satisfatória de usuários da plataforma e os planos de integração com outros projetos como Futebol e Bambu.

“A RNP teve papel fundamental no evento, tanto como gestora do EUBrasilCloudForum, quanto na apresentação de projetos relacionados ao tema, como a nuvem acadêmica e FIBRE. A divulgação de resultados dos projetos e da cooperação Brasil-União Europeia é fundamental para a continuação do apoio e financiamento. Além de ajudar a promover a interação entre as comunidades brasileira e europeia, auxilia na formação de novas parcerias. Acredito que esses encontros transpareceram o empenho que as equipes vêm demonstrando na condução dos projetos”, declarou o coordenador do CTIC/RNP.

O CEO do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), Demi Getschko, participou da sessão sobre desafios em computação em nuvem e falou da evolução de tecnologias de hardware e software, em conjunto com o avanço nas redes de comunicação, que culminaram no que se conhece hoje como computação em nuvem. No mesmo encontro, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Philipe Navaux, ressaltou a importância dos supercomputadores, como o Titan e o Santos Dumond, para a execução de aplicações que exigem alto processamento, como previsões de tempo, rotas de lançamentos de foguetes e performance de turbinas. Entretanto, foi apontado como uma tendência e um desafio a execução desse tipo de aplicação em ambientes de nuvem. Alguns exemplos de aplicação em nuvem também foram destacados na fala da diretora do centro de pesquisa da EMC no Brasil, Karin Kreitman. Para ela, uma das promissoras é o uso da nuvem para reunir informações de usuários geo-localizados, tornando possível a identificação de preferências de rotas e padrões de mobilidade em grandes centros urbanos.

Na sessão sobre Cloud Federation & Open Science Cloud, o diretor de Serviços e Soluções da RNP, José Luiz Ribeiro Filho, apresentou o projeto de Nuvem Acadêmica em execução no Brasil. A ideia é que cada instituição de ensino membro da nuvem possa contribuir com recursos para uma infraestrutura de computação compartilhada. Ele ressalta, contudo, que ainda são muitos os desafios, como a definição de parâmetros legais, a proteção de dados na troca e armazenamento e a conexão intercontinental.

O diretor do CTIC afirmou, ao final dos eventos, o quão positiva foi a oportunidade de interação com o CSBC 2016. “Foi uma decisão acertada, uma vez que as apresentações puderam ser compartilhadas com o público do evento, que se somaram à plateia do workshop. Além disso, criou-se a oportunidade de interação dos parceiros pesquisadores europeus e brasileiros com demais pesquisadores que participavam do CSBC”, destacou Lisandro.

Workshop do testbed Fibre

No dia 5/7, a RNP realizou um workshop, durante o CSBC 2016, para os interessados em operar a plataforma Fibre, ambiente de experimentação em Internet do Futuro que facilita o aprendizado em redes de computadores. De acordo com o coordenador de P&D da RNP, Gustavo Dias, o testbed Fibre é oferecido como uma plataforma para execução de experimentos de rede e em rede. “O público-alvo são pesquisadores e professores de Redes de Computadores, que podem oferecer aos seus alunos a oportunidade de testar conceitos teóricos na prática, fugindo um pouco da linha de uso de simuladores ou emuladores de rede”, afirmou.

Na primeira parte da aula, foram apresentadas as principais características do testbed, a distribuição geográfica das ilhas de experimentação, os recursos disponíveis em cada ilha e a possibilidade de alocação de máquinas virtuais livres para configuração, de acordo com a necessidade do usuário. O workshop também expôs as perspectivas futuras do Fibre, entre elas a implantação de novas ilhas nas Universidades Federais da Bahia (UFBA) e de Uberlândia (UFU), na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e na Universidade da República do Uruguai (Udelar). O próximo minicurso sobre o Fibre será realizado em Porto Alegre, nos dias 27 a 30/9, durante o 14º ERRC, evento da Escola Regional de Redes de Computadores.