O Projeto Rede Dados Abertos, financiado pela RNP para apoiar a execução das atividades previstas no acordo de cooperação técnica entre RNP, IBICT e CNPq, realizou, ao longo de 2022, diversas ações para promover a transferência de conhecimentos e incentivar a criação de uma rede de repositórios institucionais de dados de pesquisa. A execução acadêmica é do grupo de trabalho “Rede de Dados de Pesquisa Brasileira (GT-RDP Brasil)” constituído por professores e bolsistas do Centro de Documentação e Acervo Digital de Pesquisa (CEDAP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em pesquisa de satisfação promovida pela RNP, representantes das instituições atendidas, entre elas CBPF, Embrapa, Fiocruz e UFRA, UFC, UFG, avaliaram que o apoio consultivo de P&D do GT-RDP Brasil “contribuiu substancialmente com a realização do seu trabalho” e que o conhecimento compartilhado nas capacitações “proporcionaram reflexão e ampliação do entendimento sobre o tema e a troca de experiências com outras instituições”.
Ao longo de 2022, as ICTs selecionadas pelo edital de incubação de repositórios de dados de pesquisa se beneficiaram de reuniões semanais de mentoria com a equipe do GT-RDP sob coordenação executiva da RNP e IBICT. No segundo semestre do ano, as instituições fundadoras do Consórcio Nacional para a Ciência Aberta (CoNCienciA) se uniram ao grupo. Um desdobramento que surgiu dessas reuniões foi a sugestão do IBICT para a escolha do framework da CoreTrustSeal para a certificação de repositórios digitais confiáveis como direcionador dos encontros da rede no segundo semestre de 2022.
100% dos respondentes consideram que a escolha da CoreTrustSeal como modelo de referência foi apropriada e que o grau de dificuldade no entendimento das condições para a certificação diminuiu consideravelmente. As instituições também manifestaram o desejo de que os atendimentos coletivos realizados pelo GT-RDP Brasil para promoção da troca de conhecimento entre as ICTs participantes da Rede de Dados Abertos prossigam em 2023.
“Ter esse feedback das ICTs que participaram da consultoria especializada de P&D para abertura de dados de pesquisa em seus respectivos repositórios institucionais é um indicador de que estamos no caminho certo com a Rede Dados Abertos”, diz Carolina Howard Felicíssimo, coordenadora de P&D da RNP.
Visão 2023 é tema de última reunião do ciclo semestral
No dia 07 de dezembro, a iniciativa realizou a última reunião do ciclo 2022.2, que teve como objetivo o alinhamento dos conceitos e expectativas entre as instituições envolvidas com a iniciativa, entre elas: Embrapa, Fiocruz, UFC, UFG, Ufra, CBPF e UFRGS.
O gerente de P&D da RNP, Gustavo Dias, apresentou a visão da RNP para a Rede de Dados Abertos em 2023: ser um subconjunto da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) com o recorte de Repositórios Institucionais de Dados de Pesquisa baseados na ferramenta Dataverse, bem como o papel das instituições em cada nível da rede. “A expectativa é a de que durante o ano de 2023 essa visão seja amplamente discutida, validada e alinhada com IBICT e CNPq a fim de buscar os mecanismos adequados para a governança da rede, além da continuidade das ações de engajamento com as instituições envolvidas”, afirma.
Atender uma gama maior de ICTs e buscar um modelo de sustentabilidade para a Rede estão no horizonte da RNP para o próximo ano. “Além disso, é importante ressaltar que as ICTs estão na fase de oferta de seus respectivos repositórios institucionais de dados de pesquisa. Existe um longo e árduo caminho para manterem esses repositórios em operação e, garantir assim, o fortalecimento da Ciência Aberta brasileira”, diz Carolina Felicíssimo.
Histórico
Desde 2017, através da formalização de um Acordo de Cooperação Técnica [DOI, 2017], RNP e IBICT vêm atuado, em conjunto, na promoção de atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em projetos da área de Acesso Aberto à Dados de Pesquisa. Uma de suas primeiras ações foi o lançamento de uma chamada aberta com o objetivo de identificação de práticas além de prototipação de serviço de acesso aberto a dados de pesquisa.
O grupo de trabalho selecionado foi o “Rede de Dados de Pesquisa Brasileira (GT-RDP Brasil)”, em 2017, constituído, na época, por professores e bolsistas dos Centros de Documentação e Acervo Digital de Pesquisa (CEDAP) e de Processamento de Dados (CPD), ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), além do Grupo de Pesquisa em Gerenciamento de Informações do Centro de Ciências Computacionais (C3) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). RNP fomentava recursos financeiros para a contratação dos professores e bolsistas do GT-RDP Brasil e IBICT seguia com os direcionadores para o P&D a ser executado.
Ao longo de dois anos de projeto (2018 – 2020), o GT-RDP Brasil executou ações de P&D, tanto nas vertentes conceitual quanto tecnológica, através de provas de conceitos (PoCs) para abertura de dados institucionais com experimentação em Dataverse, software aberto desenvolvido para servir como repositório de dados de pesquisa.