Institutos de pesquisa participam de força-tarefa para os Jogos Olímpicos

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O Centro de Previsão e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), institutos de pesquisa vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), estão participando de uma força-tarefa envolvendo nove instituições para monitorar as condições meteorológicas durante os Jogos Olímpicos de 2016.

Coordenado pela Autoridade Pública Olímpica (APO), o Grupo de Dados Meteorológicos foi criado para atender a todas solicitações do Comitê Olímpico Internacional. Um dos objetivos é coletar informações como temperatura, maré, umidade, pressão atmosférica, radiação solar, salinidade da água e correntes marítimas e de ar, para que essas condições não interfiram no desempenho dos atletas durante as competições.

No Grupo de Dados Meteorológicos, o CPTEC, do Inpe, ficou responsável pela previsão do estado do mar, como ondas e correntes, além de contribuir com os meteorologistas. Já o Cemaden se comprometeu a ceder quatro profissionais e plataformas de coletas de dados (PCDs) para apoio nas estações meteorológicas terrestres. As duas instituições são usuárias da RNP e fazem uso da rede acadêmica brasileira para suas operações.

De acordo com o pesquisador Sérgio Henrique Ferreira, do CPTEC, essa tecnologia terá aplicações na Baía de Guanabara, onde acontecerão as competições de vela, e na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde ocorrerá a canoagem. “Na canoagem, a competição é alinhada em função do vento. Já no triatlo, que inclui a maratona aquática, condições marítimas desfavoráveis, como correnteza e ressaca, podem influenciar a prova”, exemplifica.

O chefe do serviço de Supercomputação e Suporte do CPTEC, Luiz Flávio Rodrigues, informa que os recursos computacionais para atender as Olimpíadas vão desde os modelos atmosféricos diários até suítes de dados de satélite. A área monitorada para previsão do tempo será reduzida de 9 para 1 quilômetro, gerando um volume de dados superior ao habitual e um alto grau de precisão.

Para suprir essa demanda, o CPTEC conta com o Supercomputador do Inpe, o Tupã, o sexto mais potente do Brasil, com capacidade de realizar 260 trilhões de cálculos por segundo. Além do processamento diário do Supercomputador, serão colocados em operação dois novos modelos computacionais específicos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, com mais de 6 mil núcleos de processadores em 12 rodadas diárias, que serão descontinuados após os eventos.

Segundo Luiz Flávio, do CPTEC, os modelos específicos para as Olimpíadas funcionam de forma integrada aos recursos normais do Supercomputador e são necessários para a análise completa dos meteorologistas. “Não se incluem aqui os modelos de clima, pois os mesmos não atendem a demandas de curto prazo, ou seja, escala de dias, necessárias para os Jogos”, explica.

O Grupo de Dados Meteorológicos é formado por nove instituições, além da APO, do CPTEC e do Cemaden: Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio, Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SIMCosta), Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Cada uma dessas agências tem uma especialidade, como dados atmosféricos, dados oceanográficos e qualidade do ar, além de coletar e fornecer dados de maneira independente.

Crédito: MCTI

Divulgação: Brasil 2016