RNP Entrevista

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- 11/11/2015

“A Internet das Coisas vai transformar o mundo e, por consequência, nossas vidas”. Essa é a convicção do consultor de novos negócios, inovação, tendências em mobilidade e convergência, Eduardo Prado. Em entrevista para a RNP, ele fala sobre Internet das Coisas (IoT) e as oportunidades geradas com o big data. Engenheiro eletrônico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Ciências pela Coppe/UFRJ, Prado trabalhou em diversas organizações brasileiras, como a DBA Engenharia de Sistemas, a Proceda Systemhouse e a Promon. Além de consultor, também é articulista da Teleco e do portal Convergência Digital, produzindo artigos sobre temas como IoT, convergência e Operadora Móvel com Rede Virtual (em inglês, MVNO).

Qual será a importância da Internet das Coisas (IoT) para a sociedade nos próximos anos?

A Internet das Coisas vai transformar o mundo e, por consequência, nossas vidas. Para as pessoas, a IoT trará grande contribuição nas cidades inteligentes (controle do tráfego, automação dos carros, monitoração e prevenção do crime, gestão dos transportes coletivos, iluminação pública) e na saúde (monitoração de pacientes crônicos). Para as empresas, os principais impactos serão nos processos produtivos de manufatura; na logística, navegação e veículos autônomos; na automação da distribuição de energia e vazamento de água; no varejo; e em bancos.

Qual a relação da IoT com o big data?

IoT e big data são diretamente relacionados. Os sensores de IoT, pela redução de custo e evolução tecnológica, terão alta massificação. Com o aumento do número de sensores que coletam dados em todos os lugares/momentos, teremos mais dados disponíveis. O crescente volume de dados serão ferramentas básicas para fazermos predições de situações. É aqui, então, que entra a tecnologia de big data com seus algoritmos preditivos e outras funcionalidades!

Como será o reflexo disso nas empresas?

A coleta de dados de forma mais granular – por meio da massificação dos sensores na IoT – permitirá que as empresas otimizem seus processos atuais e criem novos fluxos de processos. Isso trará melhorias na gestão.

A academia também será beneficiada? Como?

Sim, mas, neste caso, dependemos de a academia se antecipar em Internet das Coisas e acelerar o seu processo de inovação e criação de novas matérias letivas e pesquisas, para incorporar as novas tecnologias de IoT e big data. O papel dos governos aqui também será muito importante para auxiliar as universidades. Um ponto a destacar é a Regulação de IoT pelos governos federais. Existem alguns movimentos nessa direção, como na Índia e na Comunidade Europeia, mas ainda são poucos. O governo brasileiro precisa atuar ativamente nesse tema, porque vem muita coisa nova por aí: carros autônomos; criação de incentivos para os cuidados de saúde via IoT; e definição de regras para coleta, compartilhamento e utilização de dados de IoT. No Brasil, precisamos de um novo Marco Civil (da Internet), com foco em IoT. O nosso atual não serve.