OpenRAN@Brasil dá pontapé inicial ao WRNP 2023

- 22/05/2023

O OpenRAN@Brasil foi o tema da abertura do 24º WRNP. Lançado pela RNP em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) há dois anos, o programa busca apoiar o desenvolvimento da tecnologia 5G de forma segura, com alta disponibilidade e desempenho, e acelerar o uso de redes abertas no país. O painel foi apresentado por José Ferreira Rezende, doutor em Ciência da Computação, professor associado do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da UFRJ e assessor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na RNP. 

Rezende destacou que o OpenRAN@Brasil se insere em um movimento global de Open RAN. “Os EUA estão investindo US$ 1,5 bilhão em Open RAN. Na Ásia e  na Europa, também estão todos muito envolvidos com essa iniciativa”, ressaltou Rezende.

Os principais objetivos do programa aqui no Brasil consistem em acelerar o desenvolvimento do ecossistema de redes abertas e desagregadas e capacitar engenheiros de rede, desenvolvedores e pesquisadores nos diversos domínios tecnológicos. O OpenRan@Brasil é dividido em três fases, previstas para acontecer em até cinco anos. “As duas primeiras fases já estão em andamento. Estamos elaborando a fase três, com previsão de início em 2024”, explicou Rezende.

A fase 1, iniciada no ano passado, prevê, por exemplo, a construção de um testbed em Campinas e no Rio de Janeiro e uma chamada pública direcionada à academia para desenvolvimento dos componentes do testbed. A fase 2, que está em execução no momento, tem por objetivos desenvolver uma unidade de rádio 5G e avaliar o risco cibernético do programa, entre outros. 

Rezende explicou que o desenvolvimento da unidade de rádio precisa estar em conformidade com a O-RAN Alliance, comunidade global com centenas de operadoras, fornecedores e instituições de pesquisa, responsável por definir as especificações para todos os componentes de Open RAN e suas interfaces.

Além disso, a unidade de rádio 5G que está sendo desenvolvida precisa ter grau de programabilidade e flexibilidade, nicho de mercado nacional e permitir a inovação do uso de inteligência artificial e machine learning. “O que nós queremos ao final da segunda fase é a procura de parceiros na indústria nacional para a fabricação dessa unidade de rádio”, detalhou Rezende. 

O assessor de PD&I da RNP também pontuou a dificuldade de mão de obra especializada para trabalhar com essas novas tecnologias. “Os pesquisadores discutem muito o perfil que é exigido para se trabalhar nessa área. Precisamos de pessoas que entendam não só de sistema e software, mas também de toda a parte de telecomunicações. Esse nicho exige conhecimento de processamento de sinal e otimização do software. Há muitos desafios, até mesmo para encontrar pessoas com esse duplo perfil, mas acredito que rapidamente conseguiremos sanar esse gap na formação de pessoas”.

Diretora de PD&I da RNP, Iara Machado, acompanha palestra de José Rezende sobre OpenRan@Brasil
Diretora de PD&I da RNP, Iara Machado, acompanha palestra de José Rezende sobre OpenRAN@Brasil.
Foto: Eduardo Tadeu / Divulgação RNP

CGI.Br organiza Observatório de monitoramento em cibersegurança

Após a apresentação do OpenRan@Brasil, o físico Percival Henriques de Souza Neto, representante titular do Terceiro Setor no Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br), falou sobre o Observatório criado dentro da estrutura do CGI.Br para se tornar um hub de informações nacionais sobre cibersegurança. Um dos principais objetivos é monitorar no Brasil e no exterior o desenvolvimento de leis sobre cibersegurança e acompanhar as tendências e a escalada de eventuais ameaças e medir eficácia na contenção de danos. O CGI.Br é um dos patrocinadores do 24° WRNP.