Conectividade, governança de dados na saúde digital, ESG, perfil dos profisionais de TIC e ensino híbrido foram os temas do penúltimo dia do #FórumRNP2021

- 25/11/2021

Confira o que foi discutido no quarto dia do #FórumRNP2021:

Carlos Afonso defende políticas públicas para a construção da conectividade universal 

“Internet banda larga de qualidade em todos os domicílios”. Com esse objetivo, o keynote speaker do Fórum RNP 2021, Carlos Afonso, defendeu a conectividade universal, ou seja, políticas públicas de inclusão que garantam acesso à internet permanente, seguro, confiável e de qualidade para todos. Mais conhecido na comunidade acadêmica como C.A., Carlos Afonso atualmente é diretor-executivo do Instituto Nupef, membro do Fórum de Governança da Internet das Nações Unidas (IGF) e pioneiro no surgimento da internet no Brasil.  

Segundo o palestrante, o assunto vem sendo discutido no IGF desde 2003, mas em 2021 o acesso universal e a conectividade significativa viraram temas centrais, principalmente por conta da pandemia. Com isso, a conectividade universal atingiu o mesmo patamar de um direito humano.  

Carlos Afonso falou sobre a dificuldade de acesso, principalmente em comunidades mais afastadas, fora do alcance de provedores. “Universalizar o acesso e com conectividade permanente em todos os domicílios é um desafio que pouquíssimos países conseguiram superar, mesmo os mais avançados”, afirmou.  

Desafios para implantação de um Programa de Governança de Dados no contexto de Saúde Digital 

O moderador Emílio Nakamura, diretor-adjunto de Cibersegurança da RNP, abriu o painel com o papel que a RNP tem desempenhado ao redor do tema LGPD no apoio às instituições que fazem parte da comunidade. Na sequência, a advogada de tecnologia especialista em privacidade e proteção de dados Angela Maria Rosso contextualizou a complexidade do desafio jurídico que as organizações de saúde estão enfrentando para se adequarem à nova lei, principalmente, com o advento das teleconsultas e digitalização dos dados. O instrutor e consultor na área de segurança de dados da A7Consult, Carlos Machado, encerrou com uma apresentação focada em mapeamento dos dados pessoais, que é o ciclo de vida de uma informação, cujo o entendimento ele afirma ser a grande complexidade da adequação à legislação. 

“Costumo dizer que a gente está diante de um dos temas mais multidisciplinares que já tivemos, tanto na área jurídica, quanto na área tecnológica, porque não existe proteção de dados sem segurança da informação. Então, estamos sendo desafiados a integrar várias áreas dentro das organizações. As organizações de saúde têm desafios especiais pelo grande volume de dados pessoais e sensíveis, nos termos da própria LGPD, e que dependem de uma proteção especial, pela sua característica de poder causar alguma discriminação em relação ao indivíduo”, alertou Angela Maria Rosso. 

Environmental, Social and Corporate Governance - ESG 

Com as participações do diretor de Administração e Finanças da RNP, José Luiz Ribeiro Filho; da diretora executiva do Instituto Ser, Susan Alberttoni; do sócio-fundador da Moraes Leme Consultoria, Marcelo de Moraes; e da Marcia Regina de Souza, gerente de Administração e FInanças da RNP, o terceiro debate do dia foi sobre a importância do ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), principalmente no contexto de pandemia.  

O termo ESG representa uma forma de tomar decisões mais conscientes e sustentáveis: não basta mais que empresas tomem atitudes isoladas, é preciso que as responsabilidades ecológica, social e administrativa estejam à frente de todas as práticas de uma empresa. “Nós todos sabemos que hoje, as organizações que não estiverem se reinventando, inovando, se transformando, não dão conta do mundo complexo, instável, volátil que temos hoje. E já era muito antes da pandemia. É um mundo mais acelerado, mais veloz”, disse Susan. 

Sobre o papel da liderança, de acordo com os painelistas, o fator humano precisa estar no centro das decisões. Escutar, perguntar e dialogar são as competências necessárias para fazer uma gestão eficiente de pessoas. 

Como preparar o profissional de TIC para o futuro 

A liderança tem a responsabilidade de preparar a força de trabalho de TI para um futuro desconhecido. O Fórum RNP promoveu um painel sobre esse tema, com a membro da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt) e líder em Desenvolvimento de Pessoas na RNP, Luciana Santos, a coordenadora acadêmica da ESR, Yve Marcial, e Paulo Massaro Duque, da consultoria Proative-se. “Os profissionais de tecnologia, tradicionalmente das áreas exatas, estão precisando desenvolver habilidades humanas. O ativo mais importante das economias é o seu capital humano”, comentou Paulo Duque. 

Desafios e estratégias para apoiar o ensino híbrido e à distância 

No encerramento do quarto dia do Fórum RNP 2021, os painelistas falaram sobre os desafios do ensino híbrido para o próximo ano. O gerente de Serviços para Educação da RNP, Marcelino Cunha, aproveitou a ocasião para apresentar o portfólio de soluções da RNP: o ConferênciaWeb, serviço em nuvem que combina vídeo e áudio para criação de salas virtuais, reuniões, palestras, dentre outros; o Eduplay, canal de educação sem interrupções, com vídeos, playlists, podcasts e outros recursos; e o Moodle, sistema de gestão de aprendizagem em nuvem.  

O professor do Colégio Pedro II, Sidarta Fernandes, contou um pouco sobre a experiência com o Moodle em sua instituição. Segundo ele, o Moodle cumpriu demandas de infraestrutura que seriam grandes desafios para a área de TI do colégio. Em complemento, o professor do Instituto de Informática da UFRGS, Leandro Krug, apontou outras dificuldades da adoção do ensino híbrido e remoto além da infraestrutura, como, por exemplo, as diferenças socioeconômicas do país e a ausência de familiaridade dos professores em relação a ambientes digitais. 

“Sabemos que já existem tecnologias incríveis para o ensino remoto e híbrido, mas não basta usarmos as tecnologias sem termos um pensamento diferente. Vimos, no ensino remoto, colegas adotando ferramentas, mas seguindo o modelo de ensino tradicional, onde o professor fala e os alunos escutam, sem interação. Para próxima fase do ensino remoto, precisamos pensar nessas dinâmicas, estimular a criatividade dos alunos, tentando criar momentos de disrupção”, disse Leandro Krug. 

Para finalizar a discussão, o painel contou com a presença do Gerente de projetos da SETEC, Emerson Corazza. O palestrante explicou como funciona a plataforma Aprenda Mais, do MEC, que oferece cursos gratuitos online para alunos e professores.