Fórum RNP: Marcia Barbosa abordará os desafios e a importância de democratizar a ciência

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Ex-secretária do MCTI vai falar sobre o papel dos dados abertos para uma produção científica mais diversa e inclusiva

Em tempos de desinformação e crescente volume de dados diante da inteligência artificial (IA), a democratização da ciência é uma necessidade para o conhecimento chegar às pessoas de forma positiva. É o que defende a física Marcia Barbosa, que vem despontando nos últimos anos como uma das principais vozes da ciência nacional, e que estará no Fórum RNP 2024. O evento acontecerá de 27 a 29 de agosto, em Brasília e está com as inscrições abertas.

Segundo a professora gaúcha, que ocupava até maio deste ano o cargo de secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a abertura dos dados é apenas o primeiro passo no caminho para a ciência aberta, que envolve tornar o conhecimento compreensível e acessível.

Mas para que essa transformação ocorra, Barbosa enfatiza a necessidade de se criar instrumentos de comunicação eficazes e bancos de dados bem estruturados.

“Uma coisa é ter o dado aberto. Outra coisa é que o conhecimento chegue às pessoas de forma que elas possam entender”, explica a física, em entrevista à RNP, sobre um dos temas que irá abordar em sua primeira participação no Fórum.

De acordo com a pesquisadora e doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), essa democratização deve alcançar especialmente pessoas em condições desfavoráveis, como muitas mulheres que enfrentam dupla jornada.

“Precisamos não só de respostas tecnológicas, mas de respostas que também dialoguem com uma transformação social. Por isso que tem tudo a ver falar de dados abertos e inclusão das mulheres na ciência”, afirma.

A diversidade no meio científico é parte do que Marcia Barbosa viveu e trabalhou ao longo de mais de 40 anos de vida acadêmica para fazer da ciência um espaço mais aberto e inclusivo.

Tanto pelos seus estudos físicos de anomalia da água para produzir água potável quanto por seu protagonismo em fomentar políticas de inclusão na ciência, sobretudo às mulheres, a pesquisadora foi empossada como membro titular da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês). Também membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), recebeu várias honrarias ao longo da carreira, como o prêmio L’oréal-Unesco de Mulheres nas Ciências Físicas e a Medalha Nicholson, da American Physical Society.

A contribuição de Marcia Barbosa para a democratização da ciência também foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, quando fez parte de uma lista de sete cientistas mulheres que moldaram o mundo