No dia a dia das unidades de saúde, trabalhar com novas tecnologias exige conectividade de boa qualidade e altamente disponível para atender à demanda de seus serviços, de missão crítica. Os obstáculos ainda enfrentados por essas instituições em relação à infraestrutura de redes e possíveis soluções foram expostos na sessão dedicada ao tema, no último dia do III Fórum RNP.
O professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e pesquisador do Laboratório de Vídeo Digital (LAViD) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Erick Melo, apresentou as iniciativas para melhor transmissão de vídeos em alta resolução a serviço da saúde.
Através do Programa de Grupos de Trabalho da RNP, Erick colaborou para o desenvolvimento de uma infraestrutura de hardware e software com gerência remota de videocolaboração em saúde, a ferramenta Arthron. Também integrou o Programa de Visualização Avançada da RNP, que possibilitou a transmissão de cirurgias ao vivo em 4K, através do FOGO Player. “Para atender às necessidades da telessaúde, precisamos de boa conectividade”, afirmou Erick.
A coordenadora do Núcleo de Telessaúde (NUTES) e pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Magdala Novaes, voltou a reforçar a importância da conectividade para o bom funcionamento dos sistemas de e-Saúde. Ela informou que o estado de Pernambuco tem 85 municípios equipados com pontos de telessaúde, que atingem mais de 6 milhões de habitantes. “No entanto, apenas 30% desses pontos têm um link maior do que 512 Mb/s. Ainda temos uma dificuldade grande de sincronização entre áudio e vídeo”, pontuou.
Para o chefe da Divisão de Cirurgia do Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Geraldo Almeida, o que importa para o gestor da unidade de saúde é a disponibilidade, as instalações e os equipamentos. Ele afirmou que, dentro do hospital, ainda não há banda suficiente para o pleno funcionamento de serviços de telessaúde.
Sobre essa questão, o moderador da sessão e diretor-adjunto de Engenharia e Operações da RNP, Ari Frazão, afirmou que a organização já detectou que nem sempre a velocidade que atende ao campus universitário chega ao usuário final e trabalha em soluções que melhorem a situação.