Aplicações necessárias para o melhor uso do backbone

- 22/10/2014

No segundo dia do 20º SCI (21/10), o bate-papo de P&D destacou a evolução de três programas atualmente coordenados pela RNP: Grupos de Trabalho, Internet Avançada e Internet do Futuro. Na sessão, a diretora-adjunta de Internet Avançada da RNP, Iara Machado, ressaltou a necessidade de se investir em aplicações para o melhor uso da rede Ipê. “Não adianta crescermos a capacidade do backbone sem ter melhores aplicações, e sem ajudar os pesquisadores a utilizarem a rede”, declarou.

O gerente de Programa de Grupos de Trabalho, André Marins, apresentou os projetos selecionados para o ciclo 2014-2015, de 29 propostas recebidas, com destaque para as universidades federais da Paraíba (UFPB), de Pernambuco (UFPE) e para a Universidade de São Paulo (USP), que mais submeteram propostas. Ele reforçou a importância da parceria com os Pontos de Presença. “A participação dos PoPs nos projetos de P&D tem sido cada vez mais frequente e temos buscado intensificar isso”, afirmou.

Marins apontou alguns temas de interesse do público do SCI que serão abordados pelos GTs 2014-2015, como computação em nuvem, explorada pelo GT-PID (Plataforma IaaS Distribuída), e o IPv6, objeto de estudo do GT-TeI (Testbed para Espaços Inteligentes) e do GT-Ipetevê (Serviço de televisão IP de alcance global).

Internet Avançada

A diretora-adjunta de Internet Avançada, Iara Machado, anunciou que o Cipó, de aprovisionamento de circuitos dinâmicos, está em fase de arquitetura para produção e que,  até o final de 2014, a área de Engenharia de Redes terminará a configuração em todos os PoPs para o uso do serviço. “O Cipó permitirá que o aprovisionamento dinâmico seja solicitado através de uma interface web, com softwares que configurem esses circuitos”, explicou Iara, que também citou o MonIpê, serviço de monitoramento do backbone, atualmente em fase de distribuição dos kits de primeira e segunda geração para PoPs selecionados na fase piloto.

Já o analista de P&D Gustavo Dias discorreu sobre os avanços do projeto Science DMZ, lançado em 2013 pela ESNet, que propõe a criação de uma área segregada na rede interna do campus para beneficiar aplicações de eCiência. “Este ano, foi incluído na programação do SCI o curso de DMZ científica, para disseminar melhores práticas para a infraestrutura de eCiência”, afirmou Gustavo.

Sete instituições atualmente realizam testes nesse tipo de arquitetura: universidades federais de Pernambuco (UFPE) e do Rio de Janeiro (UFRJ), a USP, o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Observatório Nacional (ON), o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além da própria RNP.

Internet do Futuro

Iara Machado ainda chamou a atenção do público do SCI para o ambiente de experimentação desenvolvido pelo projeto FIBRE, que entrou em operação em setembro de 2014. “A construção de um testbed para experimentos em Internet do Futuro tornou-se uma necessidade, pois a rede também é objeto de pesquisa”, declarou.

O ambiente do FIBRE, sobreposto à rede Ipê, tem dez ilhas de experimentação e um NOC em Brasília, no Internet Data Center da RNP. “Na verdade, ele é um meta-NOC, uma vez que cada ilha é um testbed, com seu NOC local”, comentou Iara.

Ela defendeu o projeto como uma grande ferramenta para o ensino de redes. “Os pesquisadores de Internet do Futuro estão agora na faculdade. São eles que vão começar a se interessar pelo assunto. Essas ferramentas ajudam a formar profissionais de redes com uma experiência mais real”, concluiu.