No primeiro painel dedicado à Telessaúde e Telemedicina do Fórum RNP 2014, a preocupação em ampliar a assistência à população foi latente.
Para a coordenadora do Programa Nacional do Programa Telessaúde Brasil Redes, Tâmara Guedes, existem gargalos na atenção básica que podem ser minimizados com a telessaúde. Como exemplos de problemas, citou a oferta insuficiente de algumas especialidades, a dificuldade de recursos para o deslocamento até o serviço, os encaminhamentos desnecessários que poderiam ser respondidos pela atenção básica e a ausência de integração entre a rede assistencial.
“Hoje, o Programa Telessaúde Brasil Redes está presente em 11 estados. Estamos discutindo com o Ministério da Saúde como ampliar esse serviço para outras localidades. Temos 42 núcleos de telessaúde implantados e 20 em implantação. O desafio agora é mudar a cultura e promover a inclusão digital de profissionais da saúde, além de expandir o programa para todos os municípios e fazer a articulação com programas prioritários”, afirmou.
O engenheiro da Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Jônatas Mattes, mostrou iniciativas que devem ser desenvolvidas nos hospitais universitários (HUs) para melhorar a infraestrutura de TI, melhorando a assistência da população de maneira não invasiva, ou seja, sem prejudicar o atendimento aos pacientes.
“Nos HUs, temos o objetivo de recuperar 15 anos da falta de priorização de TI nos hospitais nos próximos três anos. Nesse período, buscamos começar o projeto de datacenter e cuidar do atendimento direto ao usuário. Na parte de data center, temos a solução de sala segura padronizada, que tem rápida implantação, alta durabilidade, de modo não intrusivo, ou seja, que não afeta o atendimento ao paciente. Além dsso, temos a intenção de implantar núcleos de telemedicina 4K até o final de 2014, fomentando os SIGs (Grupos de Interesse Especial) e fortalecendo a telessaúde. A nossa visão de futuro para a TI é rumar para um caminho onde ela seja automática”, explicou.
Na palestra do médico do Hospital Israelita Albert Einstein e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Edson Amaro Júnior, o foco foi a população idosa. “O crescimento faz parte do ciclo da vida e traz consigo doenças. Por isso, é importante pensarmos em ações para incluir a população idosa e debilitada, promovendo e monitorando a saúde do idoso, com processamento da informação e suporte à área médica”, relatou o especialista, que defendeu que o desafio da TI na área de Saúde é processar dados complexos, como exames em imagens cada vez mais precisas.
“Podemos ter acesso à interoperabilidade de máquinas para processamento de dados de longa distância. Precisamos treinar pessoas e também ter interfaces ligadas à limitação do idoso”, completou.
O diretor do Datasus, Augusto Cesar Gadelha Vieira, apresentou a Política Nacional de Informática e Informação em Saúde, ressaltando a necessidade de aperfeiçoar os processos de trabalho em Saúde. “A Política prevê o uso inovador, criativo e transformador da TI para melhoria da atenção à saúde da população”, disse.
Rute ultrapassa a marca de 100 núcleos
Ao final da sessão, o coordenador nacional da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), Luiz Ary Messina, anunciou a inauguração de cinco novas unidades – duas em São Paulo, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) e no Centro Hospitalar do Município de Santo André; uma em Recife, no Hospital Agamenon Magalhães (HAM); uma em Salvador, no Hospital Ana Nery (HAN), e uma em Belém, na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Junto às 97 já existentes, as novas unidades de telemedicina ultrapassam a marca de 100 unidades da Rute criadas, homologadas e em funcionamento em todo o Brasil.
Na ocasião, Messina também distribuiu para a plateia o segundo livro Rute, que estará disponível em pdf no site da iniciativa.