Abertura do SCI aborda capacidade do backbone

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Na abertura do 20º Seminário de Capacitação e Inovação da RNP (SCI), realizado de 20 a 24/10, em Belo Horizonte, o diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi, afirmou que a organização está trabalhando para elevar a capacidade de todas as conexões de seu backbone. “Exceto Macapá, atendida por duas conexões de rádio enlace, todos os nossos PoPs (Pontos de Presença) são atendidos por fibra óptica”, disse.

“Estamos caminhando para a ‘gigatização’ do nosso backbone, isso quer dizer, no mínimo conexões de 1 Gb/s e já estamos estudando um anel sudeste de 100 Gb/s. Estamos construindo redes metropolitanas e última milha. Temos 24 capitais com redes metropolitanas, 70% das nossas instituições atendidas por fibra óptica. Continuamos com a iniciativa Veredas Novas (de interiorização), mas não está fácil contratar 100 Mb/s no interior”, confidenciou.

Grizendi contou que a RNP tem identificado alternativas para levar fibra até as instituições (Fiber to the Institution – FTTI). ”Estamos desenvolvendo um experimento em São Luís, substituindo uma parte da infraestrutura, 10 km, por microvala”, revelou. “Com uma fresta de um dedo, você ‘cola’ um duto de fibra, uma técnica que esperamos que custe bem menos que a tradicional. (…) Não resolve todos os nossos problemas, mas pode nos atender de alguma maneira na nossa estratégia de FTTI”, completou.

O diretor adiantou que outras alternativas podem ser a utilização de dutos de água e esgoto e o lançamento de cabos ópticos subfluviais. “Fizemos uma proposta para a sociedade, o Ministério das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e conseguimos como parceiros a Prodam e o Exército. Estamos com um projeto piloto de construção cabo óptico fluvial no trecho entre Coari e Tefé, de 220 km”, detalhou.

A disparidade da conexão do interior frente as capitais foi abordada pelo dirigente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), Alexandre Barbosa. O CETIC.br é um departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br).

Ao apresentar o acesso, o uso e a apropriação da TI expressos na pesquisa TIC Domicílios, Barbosa ressaltou que “apenas 15% dos lares na área rural tem acesso à internet, sendo que 21% tem computador. Em termos de faixa etária, 80% dos jovens, até 24 anos, são usuários em qualquer pedaço do Brasil e, se eles não estão tendo acesso em casa, estão usando em algum lugar, por exemplo, nas lan houses”.

De acordo com a pesquisa, “o celular é um dispositivo muito mais presente”. “31% da população brasileira já usa a internet no celular. O que surpreende é que, embora todas as escolas tenham informática, apenas 6% das escolas públicas têm computador na sala de aula”, concluiu o dirigente.